Está criado o Troféu Deltan Dallagnol de impunidade. Por Moisés Mendes

Atualizado em 26 de agosto de 2020 às 7:46
Deltan Dallagnol. Foto: Reprodução

Os tucanos e todos os corruptos da direita que continuam impunes não poderão concorrer ao Troféu Deltan Dallagnol da Impunidade, um prêmio virtual criado por esse blog, depois da sessão vergonhosa do Conselho Nacional do Ministério Público.

Tucanos corruptos já fazem parte de outra categoria, a dos políticos sem punição. Esse prêmio é para quem se beneficia do corporativismo para conseguir o que condena, mas fora da política.

É para operadores de todo o chamado sistema de Justiça, rápidos e implacáveis para pegar gente da esquerda e lerdos para investigar, acusar e processar gente da direita.

Deltan Dallagnol escapou de novo, depois de 42 adiamentos para julgamento do caso em que é acusado de manipular informações falsas para criar o famoso PowerPoint contra Lula. O procurador escapou por prescrição.

Bandidos com os melhores advogados do Brasil não conseguiriam o que Dallagnol consegue. Foram 42 adiamentos. Quarenta e duas provas de impunidade. Quarenta e duas farsas, em que gente séria se presta para se reunir e deliberar sobre o que todo mundo sabia que fariam.

Os 11 membros do Conselho Nacional do Ministério Público participaram de um teatro. Dallagnol não será processado porque tudo foi feito para que se cumprisse o contrário do que o procurador prega em acusações, denúncias e palestras.

Por isso o Troféu Deltan Dallagnol da Impunidade está aberto a concorrentes de todo o Brasil. Mas não basta dizer uma coisa e fazer outra, no Ministério Público e na Justiça, para poder concorrer ao prêmio.

Porque se fosse assim, apenas por dizer algo e agir em direção contrária, o prêmio teria milhares de concorrentes. O troféu é para quem prega o que Dallagnol sempre pregou e se beneficia do que condena.

Não basta ser um retórico flagrado em contradição. Tem que ser um agente público, como é Dallagnol, mas favorecido por atos dos próprios colegas do MP e do Judiciário.

Casos de prescrição, como são os de Dallagnol, terão vantagens na premiação. Porque a prescrição é a arma clássica do impune. E o acusado que manobra para que o crime prescreva sempre foi o mais massacrado por Dallagnol e por seu chefe Sergio Moro.

A prescrição é a fraude legalizada a serviço de quem tem poder. Criminosos comuns não têm esse direito. Manobrar para fazer prescrever é conspirar não só contra a estrutura de Justiça, mas contra o sentimento de justiça.

O Troféu Deltan Dallagnol da Impunidade será concedido a todos os que conspiram contra a Justiça que os acolhe como servidores e que eles dizem defender.

É um prêmio ao cinismo, à militância sempre ao lado dos poderosos e ao fracasso de uma Justiça que pune e encarcera pobres e negros e poupa os que são tratados com deferência por suas ações seletivas.

A impunidade de Dallagnol, que escapa de todos os processos por desmandos administrativos (e que são mais do que isso, pelas consequências que provocam), é a porrada de uma elite na boca dos que se insurgem contra o compadrio dos justiceiros.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Deltan Dallagnol da Impunidade, que terá Sergio Moro como patrono.