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Está saindo barato para Braga Netto. Por Moisés Mendes

General Braga Netto. (Foto: Reprodução)

Uma operação de busca e apreensão só funciona sem aviso prévio, para tentar recolher o máximo de provas contra um investigado, de preferência no momento em que a investigação é deflagrada.

No caso de Braga Netto, a ação dessa terça-feira foi considerada surpreendente por acontecer agora (mesmo que a investigação não seja nova), mas a Polícia Federal pediu e obteve apenas a quebra do sigilo telefônico do ex-ministro da Defesa.

Foram 16 mandados de busca e apreensão, incluindo militares suspeitos de envolvimento em corrupção quando da intervenção no Rio em 2018.

Por que não houve busca e apreensão contra o general, se a partir de agora ele sabe que a investigação chega a outro patamar?

As alegações são sempre técnicas e pouco convincentes (até o momento em que escrevia esse texto, desconhecia essas alegações).

O certo é que Braga Netto sabe também que a partir de agora, a qualquer momento, pode sofrer uma operação de busca e apreensão de computadores, celulares, coletes e documentos que tiver em casa e escritórios.

O general já disse que fez tudo dentro da lei e que não tem nada a esconder, mas já está avisado. A PF pode acordá-lo um dia desses, sem surpresas, ou flagrá-lo tomando chá da tarde com Valdemar Costa Neto.

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POUPADO
Quando Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político pelo TSE, Braga Netto foi poupado. Era o vice na chapa de 2022 e teve os direitos políticos preservados.

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FRUSTRAÇÃO
O desfecho da operação que investiga corrupção na intervenção no Rio em 2018 pode frustrar quem esperava ver uma experiência única, com resultado inédito.

Braga Netto é candidato a candidato (escolhido por Bolsonaro) à prefeitura do Rio pelo PL, partido do qual é dirigente.

Jair Bolsonaro e general Braga Netto. (Foto: Reprodução)

Com a investigação, poderemos perder, dependendo dos desdobramentos, a oportunidade de saber quais seriam as chances reais de o Brasil eleger um general como prefeito de uma grande capital.

E bem no aniversário dos 60 anos do golpe que tirou Jango do poder.

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EMPREENDEDORES
Um grupo de coronéis da reserva intermediava a compra de vacinas que nem existiam na pandemia.

Um coronel da ativa do gabinete de Bolsonaro vendia joias das muambas presidenciais.

Um general que chegou a chefiar a Defesa dispensava licitações para a compra de coletes e bacalhau superfaturados.

E depois dizem que os militares brasileiros não estão preparados para a guerra.

Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes

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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/

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Moisés Mendes

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