Brasil

Estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio é incendiada e pichada em protesto contra PL 490

Publicado na TV Prefeito

Estátua de Pedro Álvares Cabral no Largo da Glória.
Reprodução/Instagram @midia1508

A estátua de Pedro Álvares Cabral, que fica no Largo da Glória, no Rio de Janeiro, foi incendiada e pichada nesta terça-feira (24).

A ação foi um protesto contra o ‘Marco Temporal’ e o PL 490. Segundo a Mídia 1508, os administradores da página Urucumirim reivindicaram a ação.

Os autores colocaram pneus em volta da estátua e atearam fogo, deixando boa parte do monumento manchado de preto.

Além disso, foi colado um cartaz dizendo: “Marco Temporal é genocídio. PL 490 não”.

Essa é uma das diversas manifestações contra a PL 490, que deverá ser votada nesta quarta-feira (25).

Povos indígenas já se manifestaram em Brasília e algumas personalidades se posicionaram contra a proposta.

O ‘Marco Temporal’ é um termo que surgiu no início dos anos 2000 após a disputa em torno da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Ela apareceu pela primeira vez no voto do então relator do caso, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Brito.

A PL 490 é um projeto que gera um grande debate há mais de 17 anos e tem como objetivo alterar o Estatuto do Índio e prevê alterações nas regras de demarcação de terras indígenas.

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Entenda o motivo do incêndio na Estátua de Borba Gato

Manuel de Borba Gato foi um bandeirante paulista que nasceu em 1649, em São Paulo, e morreu aos 69 anos de idade, em 1718, quando era Juiz ordinário da vila de Sabará.

A figura histórica está ligada a escravidão de índios e negros no século 18.

É cada vez mais questionada a atuação dos bandeirantes na interiorização do Brasil e como símbolo do Estado.

Isso porque além de caçar, aprisionar e traficar a população indígena, há fartos registros de estupros e mortes.

O historiador e professor da Universidade Federal de Santa Cruz, na Bahia, Casé Angatu, lembrou em entrevista ao jornal Estadão em junho de 2020 que a homenagem aos bandeirantes por meio de estátuas decorre de dois momentos definidores: um deles a partir da década de 1870, quando se buscou “europeizar” a arquitetura da capital paulista e o outro na década de 1950, quando se retomou o ideário bandeirante no seu quarto centenário.

“As homenagens simbolizam uma tentativa de a capital se desvincular de suas origens indígenas, negras, caboclas e caipira para se aproximar de uma metrópole europeia”, declarou o professor.

A desmistificação do mito bandeirante nas escolas, a partir do uso da lei 11.645/2008, representa outro ponto de virada, segundo Casé.

A lei torna o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena obrigatório.

Dessa forma, fica mais fácil compreender que as maiores heranças dos povos indígenas não estão em monumentos, mas sim nos costumes, como no sotaque dos paulistas.

Manuel de Borba Gato se casou em 1670 com Maria Leite, filha de outro bandeirante.

Ele teria matado o fidalgo D. Rodrigo de Castelo Branco, após um desentendimento, em 1681.

Com informações do site O Tempo.

Davi Nogueira

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