Estrela da Marcha para Jesus, o cristão Dallagnol tripudiou sobre o suicídio do reitor Cancellier

Atualizado em 20 de maio de 2023 às 17:47
Deltan Dallagnol e o reitor Cancellier. Foto: Divulgação/AFP

Sergio Moro discursou em defesa do deputado federal cassado Deltan Dallagnol na manhã deste sábado (20/5) na Marcha para Jesus, no centro de Curitiba.

Depois de uma caminhada, os patriotas se concentraram numa praça. Em cima de um carro de som, Moro entoou uma papagaiada cínica.

“‘Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’. Esse é o principal mandamento de Jesus. E eu acho que esse país neste momento, infelizmente, vive uma fase de ódio no coração e mentes de algumas pessoas”, falou.

“Então, quero pedir encarecidamente orações para que possamos afastar esses maus sentimentos dos corações e mentes das pessoas, principalmente em Brasília”.

A organização do evento arrecadou litros de leite e fraldas geriátricas para doação. Faltou arrecadar caráter para Dallagnol. Se Jesus Cristo estivesse ali, seria linchado.

Vamos recordar a reação de Deltan ao suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, em outubro de 2017.

Cancellier se atirou do último andar de um shopping center em Florianópolis após ser alvo da Operação Ouvidos Moucos, chefiada pela então delegada federal Erika Mialik Marena. Erika usava os métodos espetaculosos da operação que batizou, a Lava Jato, e era muito querida da corriola curitibana.

Cancellier era acusado desviar R$ 80 milhões da UFSC — o que nunca foi comprovado. Foi levado para uma penitenciária, teve os pés acorrentados, as mãos algemadas, foi submetido, nu, a uma revista íntima, vestiu uniforme de presidiário e ficou em uma cela na ala de segurança máxima. Ao sair, matou-se.

Em mensagens reveladas pela Vaza Jato, Deltan aparece chamando de “bando de imbecis” os críticos do episódio. “As decisões foram todas dele”, escreveu, referindo-se ao pobre homem, devastado, humilhado, que deixou um bilhete no bolso: “Minha morte foi decretada quando fui banido da universidade!!!”.

“Vc respeita todas as regras, atuou 100% corretamente e como fazemos em TODOS os outros casos. Não fique chateada, amiga, que eles não merecem”, afirmou Dallagnol.

Nenhuma palavra de conforto à família de Cancellier. Nada. Solidariedade total ao carrasco.

O morto não mereceu um instante de compaixão do canalha que encanta boa parte dos “cristãos” do Brasil cuspindo versículos que não entende.

Dallagnol conforta a delegada Érika Marena após o suicídio do reitor Cancellier, da UFSC