“Eu sou racista”: quem foi Hulk Hogan, aliado de Trump morto aos 71 anos

Atualizado em 24 de julho de 2025 às 14:02
Hullk Hogan em comício de Trump. Foto: Divulgação

Hulk Hogan, um dos nomes mais populares da história do wrestling profissional, morreu aos 71 anos nesta quinta-feira (24), após sofrer uma parada cardíaca em sua residência em Clearwater, na Flórida.

O ex-lutador, cujo nome verdadeiro era Terry Gene Bollea, foi um dos principais rostos do entretenimento esportivo entre as décadas de 1980 e 1990.

Fora dos ringues, ele protagonizou escândalos racistas e sexuais. Em 2015, vieram à tona gravações de áudio em que Hogan fazia comentários preconceituosos sobre o namorado negro de sua filha. “Sou um racista, até certo ponto, um filho da mãe”, afirmou em uma das fitas, cuja divulgação levou à rescisão de seu contrato com a WWE.

A empresa o retirou do Hall da Fama e eliminou sua presença em canais oficiais. O lutador pediu desculpas públicas e, três anos depois, foi reintegrado pela empresa. Mesmo após a controvérsia, Hogan seguiu sendo figura presente em eventos da luta livre e co-apresentou a WrestleMania 37, em 2021, embora tenha sido vaiado por parte da torcida.

Em 2012, ele moveu um processo milionário contra o site Gawker após a publicação não autorizada de um vídeo íntimo com a esposa de um ex-amigo. O caso culminou em uma indenização de US$ 140 milhões, apoiada financeiramente pelo bilionário Peter Thiel. A disputa levou à falência do Gawker e reacendeu o debate sobre os limites entre privacidade e interesse público na imprensa americana.

Hulk Hogan em aparição na WWE. Foto: Divulgação

Nascido em 11 de agosto de 1953, em Augusta, Geórgia, Hogan se mudou ainda na infância com a família para Tampa, na Flórida, onde desenvolveu interesse por esportes e música.

Ele chegou a se destacar como arremessador no beisebol, mas uma lesão o afastou da carreira atlética. Mais tarde, abandonou os estudos para tocar baixo na banda de rock Ruckus. Em uma de suas apresentações, foi descoberto por lutadores profissionais e iniciou o treinamento com o japonês Hiro Matsuda, dando início à trajetória que o tornaria ícone da luta livre.

Hogan estreou no circuito independente em 1977 e, em 1979, ingressou na então WWF, adotando o nome que o eternizou nos ringues. Em 1984, sua vitória contra o Iron Sheik pelo título dos pesos-pesados deu início à era da “Hulkamania”, fenômeno que levou a popularização da luta livre entre o público infantil e transformou Hogan em estrela mundial.

Ele também atuou em filmes e séries, com destaque para sua participação em Rocky III, onde interpretou o personagem Thunderlips. No ano de 1990, Hogan deixou a WWF em meio a um escândalo de uso de esteroides e se juntou à WCW, onde, em 1996, chocou fãs ao adotar a persona de vilão “Hollywood Hogan” e fundar o grupo New World Order com Scott Hall e Kevin Nash.

O trio foi um dos mais influentes da história da WCW, e Hogan retornaria à WWE em 2002, reconciliando-se com antigos rivais, como Dwayne “The Rock” Johnson, em participações especiais que reativaram seu apelo junto ao público.

Fora dos ringues, ele manteve envolvimento político, especialmente durante a campanha presidencial de 2024, quando discursou na Convenção Nacional Republicana em apoio a Donald Trump. Na ocasião, declarou: “Deixe a Trumpmania tornar a América grande novamente!”