EUA: Adesão a Trump aumenta e explode entre os mais pobres

Atualizado em 17 de janeiro de 2024 às 13:30
Donald Trump, ex-presidente dos EUA em campanha para nova eleição. Foto: reprodução

Em um comício fervoroso no domingo (14), Donald Trump instou seus apoiadores a votar, destacando a importância da participação, mesmo em meio a dificuldades. “Mesmo que você esteja doente como um cachorro, você diz: ‘Querida, eu preciso fazer isso’. Mesmo que você vote e depois morra, vale a pena. Lembre-se disso”, declarou o ex-presidente, elevando o tom na véspera do início das disputas pela indicação do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos.

O apelo de Trump ressoou intensamente em Iowa, inclusive entre a população mais pobre, onde, na segunda-feira (15), o ex-presidente de extrema-direita conquistou uma vitória avassaladora, vencendo em 98 dos 99 condados do estado.

Esse triunfo expressivo marca um recorde, com Trump alcançando impressionantes 51% de apoio, uma vantagem de 30 pontos percentuais sobre o segundo colocado. O resultado destaca-se como um êxito sem precedentes, superando sua votação no caucus de Iowa em 2016, quando obteve 24%.

Ron DeSantis, governador da Flórida, e Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul, disputaram pelo segundo lugar, mas com Trump dominando, o resultado foi previsível. DeSantis conquistou 21,2% dos votos, enquanto Haley obteve 19,1%, vencendo no único condado que Trump não levou: Johnson, onde fica a Universidade de Iowa.

A forte presença evangélica foi um dos fatores que impulsionaram a vitória de Trump, ampliando significativamente seu apoio nesse grupo. Mesmo em segmentos tradicionalmente menos inclinados a apoiá-lo, como eleitores mais escolarizados, urbanos e de maior renda, Trump conseguiu expandir suas margens.

A competição acirrada era esperada na luta pelo segundo lugar, mas DeSantis e Haley não conseguiram superar as expectativas. O cenário pós-Iowa deixa claro que a candidatura de Trump enfrenta poucos obstáculos para sua indicação no Partido Republicano.

No entanto, uma análise dos resultados aponta para uma brecha: 31% dos republicanos afirmaram não considerar Trump apto para a presidência se for condenado pela Justiça. Embora esse grupo não tenha peso suficiente para influenciar as primárias republicanas, os democratas veem nessa divisão uma potencial fraqueza para Trump em uma eleição nacional.

Outra fragilidade se manifesta entre eleitores de maior renda e mais escolarizados. Mesmo aumentando seu apoio nesses grupos em comparação com 2016, Trump ainda enfrenta desafios significativos nesses estratos.

Em um contraste significativo, Trump recebeu grande apoio em áreas mais pobres, com uma vantagem de 43 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Já em regiões mais ricas, sua votação média caiu para 37%, reduzindo sua margem para 8,1 pontos percentuais, embora ele permaneça em primeiro lugar.

Os eleitores evangélicos foram cruciais para o sucesso de Trump em Iowa. Análises mostram um aumento substancial em seu apoio, indo de 23% em 2016 para 58% em 2024 em distritos com maior percentual de evangélicos. Mesmo em áreas com menor presença religiosa, Trump manteve uma votação significativa, subindo de 26% para 54%.

Os resultados de Iowa apontam para um cenário desafiador para qualquer alternativa a Trump, deixando pouco espaço para crescimento de outros candidatos. O ex-presidente continua a consolidar seu apoio, enquanto seus concorrentes enfrentam dificuldades em ganhar terreno.

A forte presença de Trump nas primárias republicanas reforça a avaliação de Joe Biden, provável candidato à reeleição pelo Partido Democrata, de que o ex-presidente é o claro favorito. Biden destaca a necessidade de enfrentar os republicanos “extremistas” e faz um apelo por mais recursos para sua campanha.

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