
A Casa Branca voltou a se manifestar sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Nesta terça (9), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode usar as Forças Armadas do país caso o ex-mandatário seja condenado pela Corte.
“O presidente não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, afirmou a porta-voz. Ela disse que “não há nenhuma ação adicional” no momento contra o Brasil.
Ao ser questionada sobre possíveis medidas adicionais contra o governo do Brasil caso Bolsonaro seja condenado, Leavitt reforçou que Trump considera o tema central. “A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. Presidente Trump toma isso muito em sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil”, prosseguiu.
A declaração da porta-voz foi dada após o ministro Alexandre de Moraes, relator da trama golpista, votar para condenar o ex-presidente e os outros sete réus do chamado “núcleo central”. O magistrado afirmou que Bolsonaro atuou como líder de organização criminosa para tentar impedir a posse de Lula.
🇺🇸 ATENÇÃO: Perguntada sobre a iminente condenação de Bolsonaro, a porta-voz da Casa Branca disse que, apesar de não querer antecipar nada, Trump não teria receio de usar "o poder econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão".pic.twitter.com/cftiuoVGzm
— Eleições em Pauta (@eleicoesempauta) September 9, 2025
Mais cedo, antes do fim da manifestação do magistrado, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil também fez uma ameaça. Em nota direcionada a Moraes, o órgão afirmou que adotará as “medidas cabíveis” contra o ministro.
“Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, escreveu o órgão.
Durante seu voto, Moraes argumentou que a tentativa de golpe não depende de consumação para configurar crime e listou episódios que, em sua avaliação, comprovariam a articulação golpista. O relator foi o primeiro a se posicionar no julgamento.
Os demais ministros da Primeira Turma (Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado) ainda irão apresentar seus votos. O resultado final do julgamento definirá se Bolsonaro e seus aliados serão responsabilizados penalmente.