EUA cancelam visto de ex-ministro que tornou Bolsonaro inelegível

Atualizado em 22 de setembro de 2025 às 15:16
O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ex-corregedor-geral da Justiça Eleitoral Benedito Gonçalves. Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves teve seu visto de entrada nos Estados Unidos cancelado. Ele foi relator das ações que resultaram na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político e econômico.

Segundo a Reuters, além de Gonçalves, os EUA também cancelaram os vistos do ex-procurador-geral da República José Levi, do juiz auxiliar do STF Airton Vieira, do ex-assessor do TSE Marco Antonio Martin Vargas e do assessor judicial Rafael Henrique Janela Tamai Rocha.

O Departamento de Estado dos EUA ainda não detalhou os motivos do cancelamento dos vistos. O ex-ministro Benedito Gonçalves foi responsável por conduzir as ações de inelegibilidade de Bolsonaro no TSE, que resultaram em duas condenações contra o ex-presidente e sua inelegibilidade por 8 anos.

A revogação do visto de Gonçalves segue uma tendência de medidas contra autoridades brasileiras, com o governo dos EUA sancionando figuras políticas que, segundo eles, estão envolvidas em ações consideradas problemáticas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O cancelamento de vistos tem sido uma forma de pressão política usada por Washington em relação a questões internas no Brasil. Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, também foi punida pelo governo americano.

No caso da família do ministro do Supremo, o governo americano alegou que o objetivo era desmontar a “rede de apoio financeiro” do magistrado. o Lex Instituto de Estudos Jurídicos também faz parte da lista de punidos pela Lei Magnitsky.

Outro alvo das sanções foi Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), que também teve seu visto revogado. Ele reagiu publicamente, considerando a medida como “uma agressão injusta” e reafirmando seu compromisso com a independência do sistema de justiça brasileiro.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.