EUA cogitam ofensiva militar contra instalações ligadas ao narcotráfico na Venezuela

Atualizado em 25 de outubro de 2025 às 15:18
O presidente estadunidense Donald Trump. Foto: Reprodução/

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia planos para atacar instalações e rotas de tráfico de cocaína na Venezuela, segundo a emissora CNN. Três autoridades americanas confirmaram que o tema está em discussão dentro da Casa Branca, embora ainda não haja decisão final. A possibilidade surge em meio à escalada militar na região, após Washington anunciar o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford e embarcações de apoio para o Caribe e a América Latina.

O USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, tem 333 metros de comprimento e capacidade para 90 aeronaves. O deslocamento do navio indica um aumento da pressão dos Estados Unidos sobre o regime de Nicolás Maduro. O governo venezuelano, por sua vez, tem buscado diálogo e apelado publicamente por “paz e respeito à soberania”.

Trump já havia ordenado o envio do mesmo porta-aviões ao Oriente Médio em junho, em meio às tensões entre Israel e Irã. Dias depois, os EUA realizaram ataques a instalações nucleares iranianas. Segundo a CNN, a Casa Branca também teria autorizado a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela, ampliando o cerco político e militar ao governo chavista.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Donald Trump, dos EUA. Foto: reprodução

Apesar da retórica agressiva, o presidente americano não descarta adotar uma via diplomática para conter o fluxo de drogas. O governo dos EUA tenta vincular Maduro ao narcotráfico, embora a Venezuela não seja tradicionalmente uma grande produtora de cocaína. Desde setembro, os militares americanos têm realizado explosões de embarcações na região, com pelo menos 43 mortos — ações cuja legalidade vem sendo contestada por analistas e governos latino-americanos.

Setores do governo Trump pressionam por uma mudança de regime em Caracas, acreditando que a campanha antidrogas possa fragilizar a base de Maduro. A estratégia incluiria sanções e pressão sobre figuras próximas ao ditador venezuelano, especialmente aquelas suspeitas de envolvimento com cartéis de drogas.

A ofensiva coincide com o aumento das tensões entre Trump e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chamado recentemente pelo republicano de “líder de drogas ilegais”. Após as declarações, o Pentágono anunciou o ataque a uma embarcação atribuída à guerrilha colombiana ELN, e Trump impôs sanções ao mandatário colombiano, que reagiu afirmando ser “vítima de uma perseguição política”