
No dia 11 de julho, um designer brasileiro de 35 anos foi preso por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), nas Ilhas San Juan (EUA). Guilherme Lemes Cardoso e Silva é acusado de estar com o visto vencido, apesar de já ter iniciado o processo para obter o “green card” (autorização definitiva para residir no país).
A operação aconteceu quando ele saía para buscar a filha. Segundo a esposa Rachel Leidig (36), ao menos sete viaturas sem identificação esperavam em uma estrada particular. Guilherme foi imobilizado, algemado nos pulsos e tornozelos e levado de barco até o continente.
Rachel está grávida de sete meses e relata que o casal se casou em abril, após a descoberta da gestação. O pedido do visto definitivo já havia sido protocolado por um advogado antes da prisão. Formado em direito em Goiânia, Guilherme trabalha como designer e ilustrador e vive nos EUA desde 2016.
Atualmente ele está no centro de detenção de Tacoma, em Washington. Antes de ser transferido para a unidade, ficou 38 horas em uma cela provisória em Ferndale, onde, segundo a esposa, dormiu no chão e passou mal com a comida. O consulado brasileiro acompanha apenas a integridade física do preso, sem poder intervir no processo.
Rachel afirmou que só soube da prisão horas depois, quando recebeu uma ligação do próprio marido, já detido. Ela descreve a situação como um “filme de terror” e diz que tenta conciliar a gestação com a luta para contratar advogados. “Estávamos prestes a fazer o primeiro ultrassom juntos. Agora passo os dias chorando e dormindo sozinha”, relatou.
A irmã de Guilherme, a advogada Lara Cardoso (32), contou que a família recebeu a notícia com choque. Ela diz que o brasileiro construiu uma carreira sólida como ilustrador no país e era dedicado à família. A embaixada brasileira informou que não pode interferir no caso, apenas monitorar as condições do detento.
O ICE é a agência americana responsável por fiscalizar imigrantes em situação irregular. Desde 2003, a instituição realiza prisões e deportações, sendo alvo de críticas de organizações de direitos humanos, principalmente por separar famílias e deter pessoas sem antecedentes criminais.
Familiares e amigos organizam uma campanha de arrecadação para pagar os custos com advogados e ajudar Rachel, que está sem renda fixa. A meta é arrecadar US$ 25 mil. A audiência de fiança está marcada para 29 de julho, no estado de Washington – onde Guilherme segue detido.
Veja a postagem da arrecadação:
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