EUA fazem 1º ataque terrestre na Venezuela e destroem “área do narcotráfico”, diz Trump

Atualizado em 29 de dezembro de 2025 às 17:40
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira (29) que forças americanas atacaram uma instalação usada pelo narcotráfico na Venezuela. A operação, ocorrida na semana passada, é o primeiro ataque confirmado contra o território venezuelano desde o início da pressão dos EUA sobre o governo de Nicolás Maduro.

Durante entrevista, ele relatou que houve “uma grande explosão na área do cais onde eles carregam os barcos com drogas”, acrescentando que “a área não existe mais”, mas se recusou a fornecer detalhes sobre a operação ou confirmar se foi conduzida pelas Forças Armadas ou pela CIA.

Essa foi a primeira vez em que Trump mencionou diretamente o ataque após já ter mencionado a operação em uma entrevista à rádio WABC, de Nova York, na sexta-feira (26). Naquela ocasião, ele havia afirmado que os Estados Unidos haviam atingido “uma grande fábrica ou uma grande instalação de onde saem os barcos”, mas sem especificar o local.

A confirmação oficial do governo americano veio apenas nesta segunda-feira, depois de perguntas da imprensa. O ataque ocorre no contexto de uma série de ações agressivas dos EUA contra o regime de Maduro, que incluem o deslocamento de caças, navios de guerra e um porta-aviões no Caribe.

Antes disso, o governo dele havia realizado apenas operações em mar aberto contra lanchas ligadas ao narcotráfico e apreendido petroleiros associados ao regime venezuelano. Este ataque é o primeiro em território venezuelano desde o início das pressões militares e diplomáticas contra Maduro.

Em novembro, fontes do governo dos EUA indicaram que novas operações encobertas poderiam ser a primeira etapa de um esforço mais amplo contra o regime de Maduro.

Essa fase de operações se soma a uma série de ações do governo Trump, como o aumento da recompensa para informações sobre Maduro, que foi elevada para US$ 50 milhões, e o envio de um forte aparato militar para o Mar do Caribe.

Embora o governo inicial tenha justificado o reforço militar como parte de uma luta contra o narcotráfico, autoridades americanas indicaram, em conversas reservadas, que o objetivo final seria a derrubada do governo venezuelano.

Além disso, há informações de que os Estados Unidos têm interesse no controle das vastas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do mundo. A relação entre ambos incluiu uma tentativa de diálogo em novembro, mas, segundo a imprensa americana, as conversas terminaram sem avanços, já que Maduro mostrou resistência em deixar o poder.

Nas últimas semanas, militares americanos também apreenderam navios petroleiros venezuelanos, e Trump ordenou um bloqueio contra embarcações sujeitas a sanções, acusando o governo de Maduro de roubo de recursos dos EUA.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.