
A aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o tarifaço imposto ao Brasil por Donald Trump apontam para um movimento articulado do governo americano com objetivos políticos claros: enfraquecer o sistema eleitoral brasileiro e inviabilizar uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2026.
Os sinais enviados por Washington indicam que os EUA já preparam o terreno para contestar a legitimidade do próximo pleito, caso Lula seja reeleito. Eduardo de Moraes já declarou isso textualmente.
A sanção contra Moraes, acusado pelo Departamento do Tesouro dos EUA de censura, perseguição política e violação de direitos humanos, representa um ataque direto à soberania nacional. Moraes, como presidente do TSE em 2022, foi figura central no combate à desinformação e à tentativa de golpe articulada após a derrota de Jair Bolsonaro.
Ao incluí-lo na lista de inimigos do império, o governo Trump faz punição coletiva com o Brasil. A extrema-direita entreguita o aplaude.
Ao mesmo tempo, a imposição de tarifas de até 100% sobre produtos brasileiros é apresentada por Trump como medida de “pressão econômica” contra países que não se alinham à sua agenda. Eduardo Bolsonaro celebrou a ação. Parlamentares da base bolsonarista vêm defendendo que os EUA reconheçam apenas governos “democraticamente legítimos”, repetindo a retórica usada por Trump após a vitória de Joe Biden em 2020.
O conjunto dessas ações evidencia um plano coordenado para desestabilizar o ambiente político brasileiro com vistas a dar um golpe de estado. Se em 1964 o general Castello Branco conspirava nas sombras, hoje os golpistas o fazem nas redes sociais.
Nunca houve um apoio tão explícito contra o país desde a quartelada que terminou em 21 anos de ditadura. Naquele 31 de março, a Marinha dos Estados Unidos mobilizou uma força-tarefa que tinha chegada prevista ao Brasil para 8 de abril. A ação, batizada de Operação Brother Sam, envolvia um porta-aviões, seis contratorpedeiros, um porta-helicópteros e quatro navios-tanque.
Durante uma conversa telefônica naquele mesmo dia, o presidente americano Lyndon B. Johnson foi informado sobre o início do levante militar no Brasil. Sua reação foi direta: “Devemos estar preparados para fazer tudo”.
Com o respaldo de fascistas brasileiros, os EUA podem se recusar a reconhecer o resultado de 2026 se não atender aos seus interesses estratégicos. Desta vez, nós precisamos estar preparados para tudo.