
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta terça-feira (28) que o país realizou ataques contra quatro embarcações no Pacífico Oriental. Segundo ele, os barcos eram operados por Organizações Terroristas Designadas que atuavam no tráfico internacional de narcóticos. As ações, conduzidas em águas internacionais, deixaram 14 mortos e um sobrevivente.
Em uma publicação na rede social X, Hegseth afirmou que os alvos “eram conhecidos por nosso aparato de inteligência, transitando por rotas conhecidas de narcotráfico e transportando narcóticos”.
O secretário detalhou que “oito narcoterroristas do sexo masculino estavam a bordo das embarcações durante o primeiro ataque. Quatro narcoterroristas do sexo masculino estavam a bordo da embarcação durante o segundo ataque. Três narcoterroristas do sexo masculino estavam a bordo da embarcação durante o terceiro ataque”.
Hegseth disse ainda que as forças estadunidenses não sofreram baixas. “Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem que nenhuma força estadunidense tenha sido ferida”, afirmou.
Ele relatou que o único sobrevivente foi resgatado após acionamento de protocolos de busca e salvamento e que “autoridades mexicanas aceitaram o caso e assumiram a responsabilidade de coordenar o resgate”.
O secretário de Defesa classificou os alvos como “narcoterroristas” e afirmou que eles “mataram mais estadunidenses do que a Al-Qaeda”, prometendo tratá-los da mesma forma. “Vamos rastreá-los, criá-los em rede e, então, caçá-los e matá-los”, declarou.
Yesterday, at the direction of President Trump, the Department of War carried out three lethal kinetic strikes on four vessels operated by Designated Terrorist Organizations (DTO) trafficking narcotics in the Eastern Pacific.
The four vessels were known by our intelligence… pic.twitter.com/UhoFlZ3jPG
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 28, 2025
Venezuela acusa EUA
As ações no Pacífico ocorrem em meio a uma escalada de tensão no Caribe, onde a Venezuela acusa os Estados Unidos de planejar uma operação “de falsa bandeira” para incriminar o presidente Nicolás Maduro. O governo venezuelano afirmou ter prendido quatro pessoas envolvidas em um suposto plano de ataque contra um navio estadunidense durante manobras militares próximas à costa do país.
De acordo com o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, o grupo teria ligação com uma “célula criminosa financiada pela Agência Central de Inteligência (CIA)”. Sem apresentar provas, Cabello disse que o alvo seria o destróier USS Gravely, embarcação estadunidense que participa de exercícios navais em Trinidad e Tobago.
“Então eles chegam e apagam seus telefones, porque acreditam que apagando seus telefones tudo desaparece. E o que encontramos é ouro puro, CIA, vinculada a setores desses que odeiam a Venezuela”, afirmou Cabello.
O chanceler Yván Gil acrescentou que Caracas notificou o governo de Trinidad e Tobago sobre o suposto plano. “Em nosso território está sendo desmantelada uma célula criminosa financiada pela CIA vinculada a esta operação encoberta”, declarou o ministro.
No domingo (26), o governo venezuelano já havia anunciado a captura de um grupo de “mercenários” também apontados como ligados à agência de inteligência estadunidense. Caracas acusa Washington de usar as operações militares na região como pretexto para justificar ações contra o governo de Maduro.
Segundo fontes venezuelanas, os Estados Unidos planejam ampliar as manobras navais no Caribe, que já envolvem sete navios de guerra e serão reforçadas com a chegada do porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo. O destróier USS Gravely chegou ao porto de Port-of-Spain, em Trinidad e Tobago, no sábado (25) e permanecerá na região até 30 de outubro.