EUA: polícia invade Universidade de Columbia e prende manifestantes pró-Palestina 

Na noite desta terça-feira, a Polícia de Nova York entrou na Universidade Columbia para remover estudantes pró-palestinos que estavam ocupando um edifício acadêmico histórico desde a madrugada.

A universidade, que se tornou um ponto central de manifestações estudantis contra a guerra em Gaza, havia ameaçado mais cedo expulsar os estudantes, afirmando que sua prioridade era restaurar a ordem e a segurança no campus, destacando que as ações disciplinares não eram motivadas por questões políticas.

Os policiais entraram no campus em Upper Manhattan no início da noite com equipamentos de choque, revistando o acampamento estudantil e apontando lanternas para as tendas, enquanto outros formavam uma barreira para proteger o perímetro. Em seguida, os agentes quebraram a janela do segundo andar do Hamilton Hall, onde estavam os estudantes.

De acordo com a mídia americana, vários estudantes foram vistos sendo levados sob custódia, com as mãos algemadas, sem oferecer resistência. Muitos gritavam “Palestina livre, livre!” enquanto eram escoltados para fora do edifício. Ao menos cinco ônibus foram usados para transportar os manifestantes.

A operação ocorreu quase duas semanas após a prisão de mais de 100 manifestantes e foi realizada após a universidade ter enviado uma carta ao Departamento de Polícia de Nova York autorizando sua entrada no campus, segundo uma fonte policial familiarizada com a situação.

Pouco depois de a polícia entrar no campus, a universidade emitiu um comunicado dizendo que “lamentamos que os manifestantes tenham decidido intensificar a situação com suas ações” e que a decisão foi tomada por não terem outra escolha. “Não arriscaremos a segurança de nossa comunidade ou o potencial de uma nova escalada”, afirmou a universidade.

Mais cedo, Columbia havia informado que expulsaria os estudantes que continuassem ocupando o Hamilton Hall. “Isso se refere às ações dos manifestantes, e não à sua causa”, afirmou o porta-voz da universidade, Ben Chang, referindo-se à oposição dos estudantes à guerra em Gaza. “Os manifestantes optaram por intensificar a situação de forma insustentável… e seguiremos com as consequências que detalhamos ontem (segunda-feira)”, acrescentou.

Casos similares ocorreram na Universidade Estadual de Portland, no Oregon, onde as autoridades fecharam o campus após estudantes ocuparem uma biblioteca.

No entanto, mesmo com o aumento da tensão em alguns locais — com a polícia usando spray de pimenta no campus do City College of New York na noite de terça e em um campus em Richmond, Virgínia, na véspera, e manifestantes derrubando uma barreira na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e substituindo uma bandeira americana por uma bandeira palestina —, houve sinais de enfraquecimento dos protestos.

Na Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, em Humboldt, a polícia conseguiu encerrar a ocupação de oito dias do edifício Siemens Hall, enquanto os acampamentos em Yale e na Universidade de Pittsburgh pareceram mais vazios nesta terça-feira.

Na Universidade Brown, em Rhode Island, estudantes chegaram a um acordo para desmantelar um acampamento depois de a instituição concordar em realizar uma votação sobre desinvestir de empresas que apoiam Israel, conforme relatado pelos organizadores das manifestações.

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