
Autoridades de imigração dos Estados Unidos prenderam 475 trabalhadores em uma fábrica de baterias da Hyundai, no estado da Geórgia, na noite de quinta (4). O governo de Donald Trump confirmou a operação nesta sexta (5), afirmando que muitos dos detidos não tinham autorização de trabalho e estavam no país com vistos temporários de turismo ou negócios.
O caso abriu nova frente de tensão entre Washington e Seul, já que a montadora sul-coreana é um dos maiores investidores no território americano. De acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS), a ação foi realizada com mandados de busca autorizados pela Justiça e integra uma investigação sobre práticas ilegais de emprego e outros supostos crimes federais.
Um vídeo divulgado nas redes mostra um agente do Homeland Security Investigations (HSI) dizendo: “Temos um mandado de busca para todo o local. Precisamos que todo o trabalho no local termine agora mesmo”. O Departamento de Justiça relatou ainda que algumas pessoas tentaram fugir e chegaram a ser resgatadas de um lago de esgoto.
🇺🇸‼️ | ÚLTIMA HORA — ICE realiza la mayor operación en la historia del DHS con la detención de más de 450 inmigrantes ilegales en una redada laboral en una planta de baterías de Hyundai en Georgia. pic.twitter.com/KydoQcAS0s
— UHN Plus (@UHN_Plus) September 5, 2025
A Casa Branca defendeu a operação. “Todos os trabalhadores estrangeiros trazidos para projetos específicos devem entrar nos Estados Unidos legalmente e com as devidas autorizações de trabalho. O presidente Trump continuará cumprindo sua promessa de tornar os Estados Unidos o melhor lugar do mundo para se fazer negócios, ao mesmo tempo em que aplicará as leis federais de imigração”, disse a porta-voz Abigail Jackson.
O Partido Democrata da Geórgia classificou a ação como “tática de intimidação politicamente motivada, projetada para aterrorizar pessoas que trabalham duro para sobreviver e contribuem para as comunidades locais”.
A operação é considerada a maior já realizada em um único local pelo DHS e interrompeu temporariamente as atividades da fábrica, um dos maiores investimentos da Hyundai no país. A repressão a imigrantes tem sido uma das marcas do governo Trump, que busca endurecer o cumprimento das leis trabalhistas e migratórias.
A Coreia do Sul reagiu de imediato. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “as atividades econômicas de empresas que investem nos Estados Unidos e os interesses de nossos cidadãos não devem ser indevidamente violados durante a aplicação da lei americana”. O porta-voz Lee Jaewoong disse que o número de sul-coreanos detidos é “grande”, embora não tenha detalhado.
Segundo Steven Schrank, agente especial responsável pela operação, a maioria dos 475 presos são cidadãos coreanos. A imprensa do país estimou que cerca de 300 dos detidos pertencem ao país asiático. Eles faziam parte de uma rede de subcontratados da Hyundai e estão agora sob custódia em um centro de detenção do ICE, o órgão de imigração americano.