Evento de Bolsonaro em Belém será bancado por deputado acusado de tortura e de fraudar vídeo de Jean Wyllys

Atualizado em 4 de outubro de 2017 às 16:57
Bolsonaro e Éder Mauro em cartaz de evento em Belém

Nesta quinta, dia 5, Jair Bolsonaro estará em Belém. Os devotos estão em polvorosa e uma “operação de guerra” foi organizada nas ruas e na internet pelo grupo Endireita Pará, segundo a BBC Brasil.

O parlamentar vai fazer uma palestra em um centro de eventos cujo aluguel de R$ 9 mil ficou a cargo de seu colega deputado federal Éder Mauro (PSD), ex-delegado, estrela da bancada da bala.

Mauro espalhou cartazes pela cidade anunciando a conferência. Eles vão falar de “política nacional, desenvolvimento econômico e segurança pública”.

A afinidade entre os dois é enorme. Éder Mauro respondia, desde 2009, pelo crime de tortura. O processo estava no STF e foi arquivado em 2016 pelo relator Gilmar Mendes.

Também foi acusado de extorsão e é réu num caso de ameaça. Ele e mais cinco policiais a ele subordinados teriam torturado e extorquido uma senhora a pedido do então prefeito de Santa Izabel do Pará.

Sob mira de fogo, a mulher e dois filhos teriam recebido ameaça de morte, o que a promotoria chamou de “trama abjeta”.

Em sua terra, é chamado de “matador de pobres”.

Foi acusado no Comitê de Ética da Câmara de editar e divulgar um vídeo adulterado de Jean Wyllys distorcendo um discurso numa CPI.

“O principal aqui é que esse vídeo não foi produzido por nós. Chegou a nós pelas redes sociais e nós publicamos em nossa página sem saber que houve alteração”, disse ele ao apresentar sua defesa.

O principal doador de sua última campanha foi a Odebrecht, com R$ 100 mil. Em seguida, aparece uma pessoa física, Marivaldo Pamplona da Silva, com R$ 51 mil.

A doação foi questionada no Ministério Público Eleitoral, que constatou que o valor superava o total de rendimentos obtidos por Marivaldo no ano anterior ao pleito, de R$ 49 mil.

O juízo do TRE-PA chegou a aplicar uma multa de R$ 229,7 mil à campanha de Éder Mauro, além de pedir sua inelegibilidade por oito anos, mas o processo está em fase de recurso.