Ex-assessor do MEC e pastor próximo a Bolsonaro estiveram em 10 vezes no mesmo hotel

Atualizado em 26 de junho de 2022 às 15:08
Milton Ribeiro, Gilmar Santos e Arilton Moura
Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, Gilmar Santos e Arilton Moura, pastores associados ao governo Bolsonaro, são acusados de corrupção
Foto por: Reprodução/Twitter

A Polícia Federal (PF) confirmou 63 hospedagens do pastor Arilton Moura em um hotel de Brasília utilizado como “QG” para negociações de verbas federais com prefeitos. Em dez dessas vezes, Luciano de Freitas Musse, ex-assessor do Ministério da Educação (MEC), também estava hospedado nas mesmas datas que Arilton Moura.

O hotel Grand Bittar era utilizado para receber prefeitos e assessores e negociar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A Polícia Federal declarou que funcionários do MEC também circulavam com bastante frequência no local, no setor hoteleiro Sul da capital federal. A informação é da Folha de S.Paulo.

Segundo registros, a última vez que Arilton fez check-in no hotel foi no dia 21 de março – o mesmo dia no qual foi revelado o áudio em que o ex-ministro dizia que sua prioridade eram os pedidos do pastor Gilmar, e que isso ocorria a partir de pedidos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda fala em um “apoio que seria destinado às igrejas”. O check-out foi realizado dois dias depois, no dia 23 de março; segundo a PF, ele não voltou mais ao local.

Já Musse hospedou-se 29 vezes no Hotel Grand Bittar: 24 em 2021 e 5 neste ano. Das dez vezes que as datas hospedadas entre o ex-assessor do MEC e Arilton coincidiram, em sete delas Musse já estava ocupando o cargo de gerente de projetos da secretaria-executiva do MEC.

Para a PF, “Luciano, no contexto investigativo até aqui delineado, atuando juntamente com os pastores Arilton, é personagem importante no suposto esquema de cooptação de prefeitos para angariar vantagens pessoais através do direcionamento ou desvio de recursos do FNDE/MEC a pretexto de atender políticos/prefeituras”.

O inquérito ainda caracteriza a situação como, hipoteticamente, uma “sofisticada captação ilegal de recursos públicos com a eventual ‘infiltração’ de operador financeiro na gestão da pasta”.

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