
A advogada Mariângela Fialek, ex-assessora do então presidente da Câmara Arthur Lira, voltou ao centro do noticiário após se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga desvios no uso de emendas parlamentares. Conhecida como Tuca, ela foi apontada como uma das principais operadoras do orçamento secreto durante os anos do governo Jair Bolsonaro.
A ação da PF, autorizada pelo ministro Flávio Dino, cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, incluindo a residência e o local de trabalho da ex-assessora. A investigação apura crimes como peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção, todos relacionados à gestão de verbas parlamentares.
Segundo informações reunidas pelas autoridades, Mariângela utilizava uma sala vinculada à Presidência da Câmara para tratar da liberação de emendas. O espaço passou a ser ocupado por ela em 2022, durante a gestão de Arthur Lira, período em que sua influência política atingiu o ponto mais alto.
De acordo com Lauro Jardim, do Globo, esse cenário começou a mudar com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início de 2023, a ex-assessora tentou manter o mesmo nível de poder ao procurar o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, levando uma planilha com nomes de deputados e valores de emendas pendentes de liberação.

O pedido foi recusado. Padilha decidiu interromper qualquer negociação conduzida por Mariângela, o que, nos bastidores de Brasília, foi interpretado como o fechamento definitivo do canal que sustentava sua atuação política. A partir desse episódio, a ex-assessora perdeu espaço no Executivo.
Mesmo fora da presidência da Câmara, investigadores apontam que Mariângela teria tentado manter influência sobre a distribuição de recursos, controlando planilhas e negociações paralelas envolvendo emendas de comissão e repasses em ministérios, como o da Saúde.