Ex-assessora de Lira controlava emendas desviadas do orçamento secreto, diz PGR

Atualizado em 12 de dezembro de 2025 às 14:24
Mariângela Fialek e Arthur Lira (PP-AL). Foto: Reprodução

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL), exercia papel de controle em indicações de emendas parlamentares desviadas no âmbito do chamado orçamento secreto. A conclusão se baseia em depoimentos colhidos pela Polícia Federal e integra investigação sobre um esquema voltado ao desvio de recursos públicos.

A assessora citada é conhecida como Tuca, servidora da Câmara dos Deputados. Ela foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta sexta (12), tanto em sua residência quanto em seu local de trabalho, e teve o celular apreendido pela Polícia Federal.

Segundo Gonet, o pedido da Polícia Federal está “encorpado por significativos elementos, materializados em diversos depoimentos e análises policiais, sugestivos da atuação ilícita da requerida Mariângela Fialek”.

Embora atualmente esteja lotada na Liderança do Partido Progressista, Mariângela segue atuando na área de liberação de emendas, agora assessorando o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara. De acordo com a investigação, ela mantém as mesmas atribuições exercidas durante a gestão de Lira e é considerada uma especialista no tema.

Hugo Motta e Arthur Lira. Foto: Marina Ramos/Agência Câmara

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Gonet afirmou que o “histórico de cargos estratégicos” e os dados telemáticos analisados reforçam as suspeitas. O procurador mencionou planilhas e tabelas armazenadas em nuvem que indicariam o papel da assessora na alocação de emendas e na distribuição de recursos.

O parecer da PGR foi solicitado pelo ministro Flávio Dino, relator de processos sobre emendas parlamentares no STF, antes da autorização da operação. Lira não é alvo da ação, embora mandados tenham sido cumpridos nas dependências da Câmara dos Deputados.

Batizada de Transparência, a operação é um desdobramento de investigações sobre o desvio de emendas parlamentares, envolvendo recursos que somam R$ 4,2 bilhões. A apuração incluiu depoimentos de deputados e de um senador ouvidos pela Polícia Federal no curso da investigação.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.