Ex-chefe militar do Planalto barrou desmonte de acampamentos golpistas, diz ex-secretário

Atualizado em 23 de março de 2023 às 17:10
O General Dutra
Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Júlio Danilo disse que o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), impediu que o acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército fosse desmontado pela Polícia Militar do DF, no final de 2022.

Júlio Danilo esteve à frente da Segurança entre março de 2021 e o fim do primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB), em dezembro de 2022. Ele foi exonerado um dia após a posse de Lula, quando Anderson Torres assumiu a pasta.

A declaração ocorreu nesta quinta-feira (23), em sessão da CPI dos Atos Golpistas na Câmara Legislativa do DF. Segundo Danilo, o general Dutra barrou as operações de desmonte da PMDF em dezembro sob ordens.

“O general que estava a frente à época era o general Dutra. As operações que a gente tentou realizar ali, por vezes, foram interrompidas porque ele dizia que tinha recebido ordens para que não fosse realizada naquele dia a desobstrução. [ele dizia] Que eles fariam essa desobstrução por conta deles”, disse Danilo.

A última tentativa da PMDF de desmobilizar o acampamento bolsonarista foi em 29 de dezembro, de acordo com o ex-secretário.

“Colocamos um aparato considerável da Polícia Militar para atuar em coordenação com eles [do Exército]. Falávamos ‘precisamos fazer essa desmobilização, já tem muito tempo que está aí’, e a gente colocou a disposição. Quando colocamos o aparato para poder chegar e o DF Legal já estava a postos de forma pacífica para fazer a desmontagem das barracas, foi solicitado que a operação não avançasse”, afirmou. “Por ser área militar, qualquer tipo de ação teria que ser feita com eles.”

Dutra chegou à chefia do CMP em abril de 2022 e estava à frente do Comando durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele deixou o cargo em fevereiro deste ano, alvo de desconfianças do governo. Atualmente, ele ocupa um cargo de subchefia no Estado-Maior do Exército (EME). O general será convidado a depor na CPI.

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