Ex de Manuela d’Ávila já se fantasiou de Coringa, mas parece mesmo uma fusão de Daciolo e Bolsonaro

Atualizado em 3 de outubro de 2020 às 21:36
Rodrigo Maroni usa máscara de Coringa na Assembleia Legislativa do RS

Imagina ser a vereadora mais jovem da história da sua cidade, eleita e reeleita deputada com recorde de votos, defender projetos importantes no Congresso enquanto amamenta sua filha diante dos porcos misóginos que lhe cercam, lutar com unhas e dentes contra Bolsonaro nas urnas e depois de tudo ter que lidar com um a dor de cotovelo de um ex-noivo – sem recordes, sem causas, sem vitórias e sem talento – te chamando de miliciana em um debate?

É, não deve ser fácil ser a Manuela d’Ávila.

Pouca gente sabia, até esse ridículo incidente, que Manuela d’Ávila e Rodrigo Maroni foram noivos – quem não tem um ex do qual se envergonha que atire a primeira pedra – e fizeram uma campanha juntos em 2012.

Ela se tornou deputada, referência na esquerda, favorita à prefeitura de Porto Alegre.

Já ele foi derrotado nas urnas em 2012 com 2.861 votos, tornando-se vereador apenas em 2015, quando assumiu seu primeiro cargo eletivo. 

Foi destituído do diretório municipal do Partido Republicado em 2016 pelo deputado federal Gionani Cherini, presidente do partido à época. Hoje é deputado estadual.

Em 2017, lançou uma pré-candidatura a presidente da República dizendo em nota que “os animais podem ter seu primeiro candidato a presidente da República” (os animais preferiram votar no Bolsonaro. Risos).

O que resta a um político frustrado e sem grandes projetos, ao ver a ex bem-sucedida, bem-amada, linda, popular e batendo recorde de votos?

Isso mesmo, baixaria. E ele não perdeu tempo.

Durante o debate para eleições municipais de Porto Alegre, na noite da última quinta-feira, disse coisas tão absurdas que por um momento pensei estar ouvindo o Bolsonaro sulista.

Chamou a ex de traidora e até afirmou que ela tem suas “milícias” e construiu o primeiro gabinete do ódio na sede do PCdoB (?), onde teria obrigado as pessoas a falarem bem dela.

Não, irmãozinho, a gente fala bem dela porque ela é f*da, mesmo. Aceita.

O mais desprezível nessa história não é o fato de este homem, abandonado por uma mulher incrível e derrotado em todas as esferas de sua vida ir a um debate dizer, sem provas mas com convicção, que a ex “trai”.

O mais desprezível é que ele faça isso com ares de serenidade, como quem não tem nada a temer.

Confesso, entretanto, que chega a ser reconfortante saber que há um representante dos homens pisados pelo talento de suas ex, que fez esse grande favor ao mundo: mostrar, na prática e diante das câmeras, o quanto mulheres que saem de relacionamentos com homens falidos e se tornam incríveis em tudo o que fazem incomodam.

Agora, toda vez que um homem falar mal da ex, a gente vai ter a oportunidade de ver a cara do Maroni. E rir. Rir muito.

Até pra ser misógino há de se ter algum talento.