Ex-deputado do PT é morto a facadas pelo filho em SP

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 11:52
Francisco Frateschi e seu pai, Paulo Frateschi. Foto: Reprodução

O ex-deputado estadual Paulo Frateschi, um dos dirigentes históricos do PT, morreu aos 75 anos após ser esfaqueado pelo filho, em São Paulo, nesta quinta (6). A Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de agressão na rua Ponta Pornã, na Lapa, e encontrou o ex-parlamentar caído na cozinha, ferido no abdômen. Ele chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

Segundo o boletim policial, o agressor é Francisco Frateschi (34), que teria atacado o pai durante um surto. A mãe, Iolanda Maux, também foi agredida e sofreu uma fratura no braço. Ela foi socorrida à UPA da Lapa.

O filho foi detido e levado para a delegacia responsável pelo caso, onde o crime foi registrado como violência doméstica seguida de homicídio. Agentes relatam que o assassinato foi motivado por uma discussão entre pai e filho.

Testemunhas relataram que o episódio ocorreu dentro do imóvel da família, onde Francisco morava com os pais.

Paulo Frateschi, então presidente estadual do PT, em 2010. Foto: Caio Guatelli/Folhapress

Frateschi era uma figura tradicional da esquerda paulista. Ex-presidente estadual do PT, iniciou a militância ainda durante a ditadura militar, quando integrou a Ação Libertadora Nacional. Preso em 1969, aos 19 anos, foi anistiado com o retorno da democracia e se tornou um dos quadros de confiança de Lula.

Além da trajetória política, ele carregava um histórico de perdas familiares. Estava se recuperando de um câncer e já havia enfrentado a morte de dois filhos em acidentes de carro. O primeiro, Pedro (7), morreu em 2002 em um acidente na rodovia Carvalho Pinto, quando a família retornava de Paraty.

Um ano depois, em 2003, o filho Júlio (16) também morreu em outro acidente automobilístico. Ele dirigia um carro que capotou na rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis. No veículo estavam ainda a irmã, Luiza Viana Frateschi, e dois primos, que sobreviveram.

O velório de Júlio, à época, reuniu Lula e ministros como Antonio Palocci e José Dirceu, além da prefeita Marta Suplicy e do presidente nacional do PT, José Genoino. Frei Betto conduziu uma celebração religiosa.

A Polícia Civil agora tenta detalhar a motivação do ataque e o estado psicológico de Francisco no momento do crime. A investigação segue em andamento e deve reunir depoimentos de familiares e vizinhos para esclarecer por completo a dinâmica da agressão.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.