
O nome de Javier Tebas, presidente da La Liga, a liga de futebol espanhola, repercutiu após o novo caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Após a partida em que o crime ocorreu, ele utilizou as redes sociais para atacar o atleta, mas a vítima não se calou e listou todas as vezes em que foi ofendido, além de lembrar o executivo de sua isenção, já que nunca tomou providências para que isso parasse de acontecer.
Nascido na Costa Rica, Tebas é advogado e está à frente da La Liga desde 2013. Antes disso, foi dirigente esportivo de onze clubes, como Mallorca, Betis, Rayo Vallecano, Granada e Real Valladolid.
Ele é apoiador do partido político de extrema-direita espanhol Vox e ex-integrante do Fuerza Nova, uma agremiação partidária de cunho fascista que existiu na Espanha entre o fim da década de 70 e o início da década de 80.
O Vox, liderado pelo deputado radical Santiago Abascal, tem posturas claramente preconceituosas e grande parte de seus integrantes ainda admiram o “legado” deixado pelo ditador Francisco Franco, que mandou na Espanha com mão de ferro de 1939, após o fim da Guerra Civil, até 1975, ano em que morreu.
Em março de 2022, Javier Tebas veio ao Brasil e se reuniu com presidentes de clubes brasileiros, na intenção de apresentar um possível modelo de negócios para a criação da Liga de Clubes no Brasil. O encontro ainda teve a presença de representantes da XP Investimentos e da Alvarez & Marsal.

Há seis anos, ele saiu em defesa de Zozulya, um jogador do Rayo Vallecano que foi chamado de “nazista” pela torcida. O ucraniano, hoje com 33 anos, é ligado a movimentos de ultradireita da Ucrânia integrado por neonazistas. “Se o presidente do Rayo ou o jogador me disserem que se sentiram ameaçados, entrarei com queixa criminal por coação. É inadmissível que tenhamos esse problema na Espanha. Não se pode rotular uma pessoa por sua ideologia. A tolerância de uma país se demonstra sendo tolerante”, disse Tebas na época.
Javier Tebas também já falou publicamente sobre seus posicionamentos políticos. Em 2019, quando a Espanha passava por eleições regionais, ele comentou o que achava do Vox: “Eles me parecem bons. Eu venho dizendo isso há algum tempo. A Espanha precisava de uma alternativa como o Vox. Você tem que respeitar as 400.000 pessoas que votaram neles na Andaluzia. Se eles continuarem nessa linha, eu votarei no Vox”.
“Se a extrema-direita significa defender a unidade da Espanha, a vida e o modo de vida católico, eu estou nesse grupo e continuo pensando o mesmo de quando estava em Fuerza Nueva”, pontuou, em 2016, sobre a outra agremiação da qual foi militante.