Um grupo de ex-integrantes da comunidade Osho Rachana, localizada em Viamão, a cerca de 40 quilômetros de Porto Alegre (RS), denunciou abusos e violências que afirmam ter sofrido no que hoje chamam de seita. Eles passaram entre 3 e 14 anos envolvidos com o suposto “processo terapêutico”.
Em depoimentos à Folha de S.Paulo, eles descreveram uma rotina de manipulações, humilhações, exploração do trabalho e episódios de agressão física. Além disso, relataram ter sido vítimas e testemunhas de coerção, ameaças e práticas de “cura gay”.
A motivação declarada pelos denunciantes é evitar que outras pessoas passem pelo que eles passaram. Eles afirmam que só agora conseguem enxergar essas práticas como incompatíveis com um processo terapêutico.
“Tudo na sua vida passa a ser explicado a partir de questões sexuais. E a cura de tudo é por meio do sexo”, sintetiza Camila Costa Silva, que viveu na comunidade de 2015 a 2020. “Se algo não vai bem, a solução é transar. A filosofia é que quem transa mais e melhor é mais feliz e não tem depressão.”
Já Mariana Lannes, que viveu na Osho Rachana por nove anos, ressaltou que em algumas sessões “muita gente fica com um pouco de nojo ou medo”. “A pessoa se convence de que precisa romper. Fica fanática, querendo transformar sua sexualidade porque acredita que, com isso, vai dar um salto na sua vida”, disse.
Os ex-integrantes levaram o caso ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que informou, por meio de nota, que o “MPRS, no âmbito protetivo, já teve arquivado ‘notícias de fato’ em face da investigação ainda estar junto à Delegacia de Polícia da cidade de Viamão”.
Um dos fundadores, Prem Milan, de 68 anos, nascido Adir Aliatti e convertido ao movimento de Osho, coordena essas sessões. Segundo relatos dos ex-integrantes, ele permanece sentado em uma poltrona, observando a movimentação dos jovens nus no chão.
Milan, por sua vez, negou empregar violência física ou psicológica na comunidade. Ele afirmou que as pessoas são convidadas a ingressar na Comuna e o fazem voluntariamente. Ninguém, segundo ele, era obrigado a ficar ou participar das sessões, e todos tinham liberdade para manifestar suas discordâncias e deixar o local quando desejassem.
“A comunidade não sou eu, entende? A comunidade éramos todos nós. Eu cometi erros na minha vida, mas não esses absurdos que os caras dizem”, afirmou Milan. “Se houvesse violência, a pessoa poderia ter dado queixa na delegacia”, argumentou ele.
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