Ex-ministro do TSE que doou pix a Bolsonaro diz não estar “preocupado” se ele pagará a multa

Atualizado em 29 de julho de 2023 às 21:26
Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Foto: Divulgação/TSE

Neste sábado, 29, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Admar Gonzaga, afirmou ao Estadão que não está “preocupado” com a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizar parte dos R$ 17,1 milhões arrecadados por Pix em sua vaquinha para pagar multas ao Estado de São Paulo. O montante recebido pelo ex-presidente foi registrado em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI em 8 de Janeiro. Confira trechos:

Estadão: Por que o sr. depositou um Pix para o ex-presidente Bolsonaro?

Em primeiro lugar, a minha surpresa e indignação é com a quebra de sigilo. Isso é uma coisa que a gente pensou que já tinha ultrapassado no Estado Democrático de Direito e que vem sendo reforçado, que tem a necessidade de um retorno da Democracia pela imprensa. Mas a gente vê que a própria imprensa não está em absoluto dando relevo a essa absurda quebra de sigilo. Meu nome citado num depósito, como eu faria para qualquer pessoa que eu tenha admiração, qualquer amigo e que tivesse necessidade. Aliás, já fiz isso algumas vezes na minha vida e para pessoas que não têm nenhuma notoriedade. (…)

Estadão: Seria para ele pagar as multas?

Seria para ele usar da forma como ele bem entender. Um homem que tem todo o dinheiro bloqueado para pagamento de multa de máscara e ainda tem que pagar mais não sei quanto. É do meu feitio colaborar com pessoas que eu tenho apreço. Eu o conheço há 30 anos. Faria isso com qualquer amigo meu. Até com gente que eu nem conheço. Eu já fiz caridade com gente que eu nem conheço (…)

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

Após ser informado que o ex-presidente aplicou os recursos arrecadados na campanha em um fundo de renda fixa, Gonzaga aprovou a atitude, considerada por ele como “responsável” considerando a “inflação galopante” do país. Na sequência, foi questionado se manteria a opinião mesmo se ele não pagasse a multa.

Estadão: Mesmo ele não pagando a multa?

Isso é uma questão que ele vai pagar na hora que ele entender que esgotou os recursos judiciais cabíveis como qualquer cidadão. Eu não estou preocupado se ele vai pagar a multa, se não vai pagar a multa. O que eu vi foi uma pessoa ter todos os seus recursos bloqueados. De uma hora para a outra, ele não tinha mais nada na conta. (…)

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