
A subprocuradora-geral Lindôra Araújo ainda não se manifestou sobre as reuniões frequentes que manteve por fora da agenda oficial com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à época investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Lindôra foi vice-procuradora-geral da República durante o governo de Bolsonaro.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou em sua delação premiada que Lindôra e o ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, se encontravam frequentemente com o ex-chefe do Executivo.
“Iam (ao encontro de Bolsonaro) o procurador Aras e a procuradora Lindôra, dois membros da PGR (Procuradoria-Geral da República) que encontravam com ele mais rotineiramente”, disse Cid à Polícia Federal (PF).
Segundo o ex-ajudante de ordens, Aras fazia contato direto com Bolsonaro antes das reuniões.
O momento em que o Mauro Cid confessou que o Bolsonaro se encontrava com o Augusto Aras e com a Lindora Araújo. Vale lembrar que o Aras engavetou quase tudo que prejudicaria o Bolsonaro, inclusive as evidências da CPI da Covid.pic.twitter.com/vhuK3kSE2I
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) February 22, 2025
Aras, por sua vez, negou irregularidades durante sua gestão. O ex-procurador-geral afirmou que as investigações criminais competem aos subprocuradores-gerais, que são independentes para investigar possíveis crimes cometidos pelo presidente da República.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) é o órgão responsável por fazer as acusações nos processos. Durante seu mandato, Bolsonaro era investigado no STF em diversas ações: integrar milícia digital; interferir na PF; participar de atos antidemocráticos e compartilhar fake news.
Atualmente, Bolsonaro responde a dez ações na Corte.
No último dia 18, o atual procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou o ex-mandatário e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado.