Ex-presidente da Comissão da Verdade vai ingressar na PGR para que Bolsonaro explique a morte de Fernando Santa Cruz na ditadura

Atualizado em 29 de julho de 2019 às 13:54
Se o capitão tem a informação tem obrigação de trazê-la a público

Adriano Diogo, que comandou a Comissão da Verdade Rubens Paiva, sobre os crimes da ditadura militar no Estado de São Paulo, vai ingressar com um requerimento na Comissão de mortos e desaparecidos políticos da Procuradoria Geral da República solicitando que Jair Bolsonaro esclareça sobre Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desaparecido em fevereiro de 1974, depois de ter sido preso junto de um amigo chamado Eduardo Collier por agentes do DOI-CODI, no Rio de Janeiro.

Fernando Augusto é pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.

Nesta segunda, Bolsonaro disse que sabe sobre o desaparecimento.

“Se um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele”, disse o capitão.

Adriano Diogo afirma que Bolsonaro precisa se explicar sobre o episódio e, com isso, fazer o governo abrir os arquivos da ditadura.

“Se ele tem acesso a essas informações, tem obrigação moral de trazê-las à tona”, diz Adriano. “Seria uma contribuição histórica para o país”.