
Além do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, pelo menos outros dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram presos durante a Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3).
Um deles é Max Guilherme, policial militar e ex-assessor especial do ex-chefe do Executivo. Ele também é ex-sargento do Bope, a tropa de elite da PM fluminense, no Rio de Janeiro.
No currículo do bolsonarista consta a participação em um assassinato em uma favela da capital fluminense. O ex-sargento entrou na Justiça contra o estado do Rio de Janeiro, em 2009, reivindicando uma promoção por bravura por ter participado da operação que matou o traficante “Aritana” — chefe do tráfico no São Carlos na época — e que “por um equívoco” seu nome não foi colocado no registro de ocorrência.
Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, foi Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, quem apresentou Max Guilherme ao clã Bolsonaro.
Em maio de 2021, Max Guilherme publicou uma foto em seu perfil no Instagram com um ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF). Postando uma imagem de “luto”, o ex-sargento afirmou que o STF ‘degolou’ a Constituição Federal – ele não citou o que, especificamente, o levou a publicar a mensagem irônica. A foto publicada continha a hashtag #VouPraGuerraComBolsonaro.
O outro preso é Sérgio Cordeiro, ex-assessor e segurança de Bolsonaro. O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha também foi detido. Além desses, um outro assessor, Marcelo Câmara, foi alvo de busca e apreensão. Vale destacar que ao menos quatro investigados viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, com o ex-presidente.

A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das “milícias digitais”.
Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.