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Ex-secretário de Segurança do RJ culpa Witzel por impunidade no caso Marielle

Ex-vereadora Marielle Franco. Foto: Renan Olaz

Ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o general  Richard Fernandez Nunes, disse em entrevista ao Estadão que a impunidade dos mandantes da morte da ex-vereadora Marielle Franco, morta juntamente com seu motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018, se deve a uma alteração na equipe que investigava o caso promovida pelo ex-governador Wilson Witzel.

O time chefiado pelo delegado Giniton Lages foi tirado das investigações em janeiro de 2019, logo após o governador Wilson Witzel, que viria a ser cassado, assumir o governo. O afastamento se deu mesmo após a prisão dos dois executores do crime: Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ambos ex-policiais militares.

“Estava nítido para nós que era um crime encomendado, uma execução, tendo em vista a atuação política no Rio”, disse o general Richard. Para ele, “o camarada tem que pedir voto ou em área controlada pelo tráfico ou por milícia”, analisa. “Migrar de uma área dessas para outra representa, do ponto de vista do político, um movimento muito arriscado”, conclui o ex-secretário.

General Richard Fernandez Nunes, ex-secretário de Segurança do RJ. Foto: O Globo

Marielle atuava em áreas nas quais milicianos construíam ilegalmente e matinham a prática de crimes ambientais.

“Os executores foram presos em março (2019). E o Giniton teve também a lealdade de dizer isso na frente do governador (Witzel), que o crime tinha sido elucidado após uma longa investigação de um ano, que muito se devia ao apoio que ele recebeu da intervenção federal”, relembra o general. “Aí vocês vão me perguntar: mas por que não chegou aos mandantes até hoje? Ah… pergunta para quem veio depois, porque o Giniton foi afastado do caso. Ali havia um planejamento. A gente tinha uma expectativa na linha do tempo para atingir determinados objetivos.”

A investigação apontava para políticos vinculados às atividades milicianas como potenciais mandantes. Na avaliação do general, o desmonte da equipe de investigação comprometeu a chance do crime ser desvendado.

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Fernando Miller

Fernando Miller, paulistano, advogado, palmeirense

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