Ex-vice de Bolsonaro, Mourão debocha do inquérito da PF por tentativa de golpe

Atualizado em 23 de novembro de 2024 às 18:33
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) falando em microfone em estúdio de podcast, com roupa social azul e preta, sem olhar para a câmera, sério e sentado
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) no sétimo episódio de seu podcast – Reprodução/YouTube

O ex-vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, criticou a investigação que apura uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Durante seu podcast, Mourão ironizou o andamento do processo e questionou a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo caso. “Como é que a vítima pode ser o indiciador e julgador desse processo? Isso é um verdadeiro atentado contra os princípios básicos do direito”, afirmou.

Mourão também defendeu militares que foram indiciados pela Polícia Federal no caso, como o general Estêvão Teófilo, comandante de Operações Terrestres do Exército. “Ele não comanda tropa nenhuma. O que ele faz é planejar as operações que são executadas pelos comandos militares de área. É isso que ele faz. Ele faz a coordenação e controle dessas operações”, argumentou. Segundo o ex-vice, a inclusão de nomes no inquérito é uma tentativa de criar um “circo montado”.

O senador pelo RS destacou ainda que nenhum dos indiciados possui foro privilegiado e criticou o fato de o caso não ter iniciado em instâncias inferiores, como ocorreu no julgamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no passado. “Vamos lembrar que o ex-presidente da República, atual presidente da República, quando foi julgado e condenado por seus crimes, ele começou numa vara de primeira instância, lá em Curitiba, foi para a segunda instância no TRF-4, em Porto Alegre, e finalmente no STJ, aqui em Brasília”, disse Mourão, defendendo que o mesmo caminho deveria ser seguido neste caso.

Com tom irônico, Mourão questionou o interrogatório recente do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que também foi indiciado. “Eu gostaria de saber qual foi a pergunta, o interrogatório dele. Ele perguntou, ‘Cid, você ia me matar?’. Foi essa a pergunta?”, debochou. Para o general, essas situações demonstram que o processo não está sendo conduzido de maneira correta e respeitosa ao devido processo legal.

O ex-vice-presidente aproveitou a ocasião para criticar a condução de investigações e julgamentos recentes, relembrando os processos envolvendo o presidente Lula. “Qualquer operador de direito, recém-formado, numa universidade que não precisa ser de primeira linha, compreende que isso está totalmente errado”, afirmou. Segundo ele, esses casos demonstram um desrespeito aos princípios jurídicos e à lógica processual.

Mourão concluiu sua fala com uma alfinetada sobre a polêmica envolvendo o ex-juiz Sergio Moro, responsável por sentenciar Lula em primeira instância. “Não adianta querer colocar tudo nas costas do doutor Sérgio Moro. O doutor Sérgio Moro era o juiz de primeira instância, segunda instância”, declarou.

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