Exclusivo: Alckmin nomeia para Comissão de Ética secretário envolvido em escândalo dos trens em SP

Atualizado em 11 de novembro de 2015 às 17:55
Eles
Eles

 

Geraldo Alckmin acaba de nomear para a Comissão de Ética de seu governo um homem acusado de intermediar doações eleitorais no caso do trensalão tucano. Seu nome é Marcos Penido.

Segundo o Portal da Transparência, a comissão “tem por finalidade promover a ética pública, orientando a Administração quanto à observância de parâmetros ético-jurídicos, e respeito aos princípios constitucionais, em especial à moralidade administrativa.”

Penido acumulará a função com a de secretário da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), cargo que assumiu em março.

Em 2014, um email descoberto pela Polícia Federal dava conta de que ele teria operado para o PSDB nas eleições de três anos atrás. Penido conseguiu dinheiro através da Tejofran, empresa acusada de integrar o cartel dos trens em São Paulo, que fraudou licitações entre 1998 e 2008.

A grana foi para a campanha de prefeitos e vereadores em 2012, quando Serra era candidato na capital. Um ano depois, o consórcio do qual a Tejofran fazia parte levou um aditivo de 3 milhões de reais da CDHU.

No email, assinado por uma executiva da empresa chamada Henriqueta Porto, constam os dados bancários do PSDB para o depósito e um aviso de que “o Penido/CDHU pediu”.

À época do escândalo, Alckmin chegou a fazer seu número de ilusionista calvo ex-seminarista indignado. “Não seria apropriado comentar um vazamento seletivo, oportunista, de uma investigação que está sob sigilo”, disse. “O estado de São Paulo investiga doa a quem doer. Isso nós fazemos permanentemente”.

Menos de um ano depois, Penido é premiado com uma cadeira numa comissão de ética. Significa.

 

O secretário Marcos Penido, acusado de intermediar doações para o PSDB
O secretário Marcos Penido, acusado de intermediar doações para o PSDB