Autoridades do governo de Cuba ouvidas pelo Diário do Centro do Mundo afirmam que os protestos que ocorreram na noite do último domingo (11) no país foram instigados por conhecidos agentes dos Estados Unidos ligados à CIA que operam na ilha caribenha, em parceria com cidadãos cubanos que buscam desestabilizar o regime em vigor desde a revolução de janeiro de 1959.
De acordo com essas autoridades, uma apuração sobre os fatos será conduzida pelos órgãos investigativos responsáveis e, constatando-se que os supostos promotores dessas manifestações tenham violado as leis do país, “serão processados”.
Ainda segundo as mesmas autoridades, “debes estar claro que la Revolucion Cubana está segura en las firmes manos de la inmensa mayoria del pueblo cubano. No hay de que preocuparse.” Ou, em tradução livre: “É preciso deixar claro que a Revolução Cubana está segura nas mãos firmes da imensa maioria do povo cubano. Não há com o que se preocupar”.
A informação advém de fontes oficiais do governo cubano.
O DCM conversou na noite do último domingo (11) com o cônsul geral de Cuba em São Paulo, Pedro Monzón. “Conhecemos os instigadores (dos protestos). Se violaram a lei, serão processados”, disse ele.
Na tarde e na noite do último domingo, cidadãos de Cuba foram às ruas de diferentes cidades do país, entre as quais a capital Havana, em manifestação em favor da aceleração do programa de vacinação do país e por melhoria das condições econômicas da nação.
Os protestos tiveram início em San Antonio de los Baños, localidade rural da província de Artemisa, de cerca de 50 mil habitantes e próxima a Havana, e foram seguidos por outras manifestações em diversos municípios do país.
“(O presidente de Cuba) Diaz Canel deixou claro que se tratam de manifestações localizadas e limitadas que ocorreram foram manipuladas por influenciadores em Miami e alguns agentes pagos por agências dos EUA em Cuba.
Em alguns desses grupos, havia pessoas que pediam certas explicações como: ‘por que a vacina CUBANA não havia chegado em sua vizinhança. Ou seja, querem ser vacinados com a vacina cubana, na qual confiam. A essência do mal-estar do povo é a escassez resultante do terrível bloqueio ianque, que se agravou durante a pandemia”, afirmou.
No domingo, o presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que os episódios ocorridos representam uma nova tentativa de desestabilização no país. O mandatário disse que, diante das campanhas de difamação, os cubanos deveriam se mobilizar em defesa do país “para mostrar que a rua é dos revolucionários”, percorrendo diversas cidades cubanas.
Cuba deverá imunizar toda a população da ilha até o final de 2021 contra o novo coronavírus. Na primeira etapa – já concluída – , chamada intervenção sanitária, cerca de 4 milhões de cubanos já foram vacinados.
O Estado planeja produzir 100 milhões de doses até o final do ano para imunizar toda a população local e os turistas que visitem a ilha. Cuba também anunciou a criação de um banco de vacinas, junto à Venezuela, para os países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP).
Apesar do bloqueio econômico, imposto pelos Estados Unidos, que gerou um prejuízo estimado por agências internacionais de US$ 114,4 bilhões em quase seis décadas, a biomedicina cubana foi capaz de desenvolver cinco candidatos de imunizantes, tornando-se o primeiro país da América Latina a ter uma vacina própria contra o novo coronavírus.
Além dos imunizantes, Cuba também desenvolveu o Interferon Alfa 2B, remédio com eficácia de até 80% no tratamento de pacientes em estado moderado da doença, e, em março deste ano, lançou seus respiradores próprios para atender casos graves.