Exército contratou empresa de acusado de garimpo ilegal para fazer poços em território Yanomami

Atualizado em 8 de maio de 2023 às 12:19
Aeronave do exército realiza operação de suporte à indígenas no terrirório Yanomami. (Foto: Reprodução)

Para perfurar poços artesianos na Terra Indígena Yanomami, o Governo Federal contratou a Catarata Poços Artesianos, empresa de um dos principais acusados de chefiar o garimpo ilegal na região. Com informações do Estadão.

A empresa é chefiada pelo bolsonarista Rodrigo Martins Mello, também conhecido como Rodrigo Cataratas.

Rodrigo Cataratas. (Foto: Reprodução)

A decisão imposta proibiu novos acessos ou a permanência de pessoas da empresa, a qualquer título nas dependências do território indígena. A medida foi justificada pela Procuradoria que afirmava que a presença da Cataratas na território teria “o potencial de ser utilizada como tentativa de conferir legitimidade à manutenção da presença de infratores” na terra Yanomami.

A primeira contratação da empresa de Rodrigo foi realizada no dia 10 de março pelo 6.º Batalhão de Engenharia de Combate (6.º BEC), do Comando Militar da Amazônia, do Exército, em regime de emergência. A contratação teve como objetivo aumentar a quantidade de água disponível no 4.º Pelotão Especial de Fronteira (PEF) envolvido na operação de socorro aos indígenas na região de Surucucu, em Roraima. O valor do contrato é de R$ 185 mil.

Em sua defesa, o Exército disse ainda que a empresa foi escolhida pelo critério de menor preço. De acordo com o Exército, não cabia à unidade fazer a análise dos problemas judiciais de “eventuais proprietários da Cataratas”.

Além do Exército, o MPF investiga a possível contratação da mesma empresa pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, a fim de instalar outro poço na Unidade Básica de Saúde Indígena de Surucucu, próximo das instalações do 4.º PEF. 

A empresa Cataratas e seus sócios foram denunciados em ação penal, em 2022, e se tornaram réus em razão da exploração ilegal de minérios no território indígena Yanomami. Os empresários e seus supostos cúmplices são acusados de lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e de formar organização criminosa responsável por fornecer aeronaves, munições de armas e fogo, combustível e outros materiais para o garimpo ilegal. O caso segue sendo investigado.

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