
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que o Exército ignorava os acampamentos de golpistas em todo o Brasil antes dos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Ele disse que “havia de certa forma uma vista grossa do Exército”.
Múcio destacou a necessidade de a Justiça identificar os culpados para aplicar as devidas punições, ressaltando que as Forças Armadas dependem dessa determinação judicial.
Em entrevista no aniversário de um ano dos ataques em Brasília, Múcio revelou que o general Júlio Cesar de Arruda informou que havia cerca de 4.500 pessoas nos acampamentos em todo o país, assegurando que a situação se resolveria.
Ele mencionou sua própria monitorização dos acampamentos e declarou que, diante dos eventos anteriores a 8 de janeiro, agiria da mesma forma se estivesse na mesma situação, afirmando não se arrepender de suas ações.

O ministro destacou a preocupação de evitar uma divisão nas Forças Armadas, afirmando que intervir nos acampamentos poderia criar rachas dentro da corporação.
“Se nós tivéssemos mexido com aquilo (acampamentos na frente de quartéis), nós teríamos criado uma fratura dentro das Forças Armadas”, contou.
Quanto à punição dos militares envolvidos nos ataques, Múcio ressaltou que aguarda as decisões da Justiça, expressou o desejo de aplicar punições quando houver dados suficientes e enfatizou seu compromisso com esse objetivo.
“A gente só pode condenar quando tiver dados. Eu quero punir, eu desejo demais e tenho dito isso todos os dias”, afirmou.