Exército sai em defesa de generais chamados de ‘melancias’ e ‘comunistas’ por apoiadores de Bolsonaro

Atualizado em 18 de novembro de 2022 às 8:37
MEDO INJUSTIFICADO
Representantes do Exercito brasileiro
Foto: Reprodução

Em comunicado interno, em nome do comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, o general José Ricardo Vendramini Nunes saiu em defesa de um grupo de militares de alta patente que viraram alvos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Eles foram chamados de “comunistas”.

Publicações em redes sociais e aplicativos de mensagens da extrema direita acusam os militares de defender a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaristas se referem aos generais do Alto Comando como “melancias”. O termo é usado para definir comunistas ou simpáticos às causas da esquerda não assumidos, já que a fruta é verde e amarela por fora e vermelha por dentro. A informação foi divulgada pelos jornalistas Marcelo Godoy e Levy Teles, do Estadão.

Cinco generais foram alvo das publicações: o comandante militar do Sudeste, Tomás Miné Ribeiro de Paiva; o comandante militar do Leste, André Luiz Novais; o comandante militar do Nordeste, Richard Nunes; além dos generais Valério Stumpf, chefe do Estado-Maior do Exército, e Guido Amin, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

“E agora, general? No dia 01/Jan/2023, V.Exa. pretende prestar continência a quem? Ao povo brasileiro ou aos comunistas?”, diz uma das mensagens.

O chefe do comando de Operações Terrestres (Coter), general Estevam Theóphilo, é alvo dos bolsonaristas. Foto: Reprodução

“Tais publicações têm se caracterizado pela maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares com mais de quarenta anos de serviços prestados ao Brasil, bem como de macular a coesão inabalável do Exército de Caxias”, afirma o general José Ricardo Vendramin, responsável por assinar o informe.

“Ao tentarem de forma anônima e covarde disseminar desinformação no seio da Força e da sociedade, esses grupos ou indivíduos atestam a sua falta de ética e de profissionalismo. (…) O Exército Brasileiro permanece coeso e unido, sempre em suas missões constitucionais, tendo a hierarquia e a disciplina de seus integrantes o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador”.

Informe do Exército enviado à tropa em defesa de generais do Alto Comando. Foto: Reprodução

Após a emissão da nota, começou a circular nos grupos bolsonaristas a tese de que o conteúdo sobre os generais havia sido criado por militantes de esquerda com o objetivo de distanciar o Exército dos manifestantes que hoje ocupam ruas e estradas em protesto contra o resultado das eleições.

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