“Exilado não, fugiu”: ativista contesta narrativa de Eduardo Bolsonaro sobre cassação

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 22:58
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Foto: Reuters

A comunicadora e ativista Beta Bastos publicou nesta quarta-feira (10) uma resposta ao vídeo divulgado por Eduardo Bolsonaro, no qual o deputado afirma não compreender por que seu mandato pode ser cassado e se refere a si mesmo como “exilado”. Na gravação o parlamentar declara: “Se vão desrespeitar os mais de 700.000 votos que eu tive e optar por caçar um parlamentar inocente que só não está no Brasil, não porque é meu desejo, mas porque eu não posso retornar”. Ele acrescenta que sua volta ao país representaria “o bloqueio total do fim que me resta das minhas atividades parlamentares”.

No vídeo, Eduardo Bolsonaro também recorre a referências ao ideólogo Olavo de Carvalho. “Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira”, diz, ao justificar o tom das mensagens. O deputado afirma ainda que “não baixa o nível” e que apenas usa “as palavras corretas”. Ele também menciona sua atuação fora do país, classificando-a como “diplomacia legislativa”.

O parlamentar acusa o ministro do STF Flávio Dino de bloquear suas emendas. “A gente sim precisa registrar que Flávio Dino tá bloqueando as minhas emendas, né, de um deputado federal com mandato”, afirma. Ele também direciona críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, dizendo: “O Hugo Mota tá fazendo isso tudo que ele tá fazendo”, sem detalhar as ações mencionadas.

Ao comentar a gravação, Beta Bastos afirmou que Eduardo Bolsonaro “não é exilado”, explicando que o deputado “fugiu para evitar enfrentar as consequências dos próprios atos”. A ativista escreveu: “Agora tenta reescrever a realidade como se fosse vítima de perseguição política”. Ela também mencionou a citação feita pelo deputado ao ideólogo Olavo de Carvalho, dizendo que a referência “reforça a limitação intelectual e a incapacidade de sustentar qualquer argumento sério”.

Beta Bastos declarou ainda que “é impressionante assistir alguém que ocupou um cargo público tratar a democracia como palco pessoal”. Em sua publicação, ela afirma que o parlamentar “abandona o país para não encarar a Justiça” e que essa postura não é compatível com o exercício do mandato.

A manifestação ocorre em meio ao avanço das discussões sobre a possível perda de mandato de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. O processo segue em tramitação após decisões judiciais e administrativas envolvendo o parlamentar.