“Existe zero possibilidade de Lula pedir desculpas”, diz Celso Amorim sobre tensão com Israel

Atualizado em 20 de fevereiro de 2024 às 8:05
Celso Amorim e Lula. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O assessor para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, afirmou que não há chances de um pedido de desculpas pela declaração em que o petista compara o conflito na Faixa de Gaza ao massacre de judeus no Holocausto.

“Existe zero possibilidade de o presidente Lula pedir desculpas. Ele não fez nada de errado. Só citou fatos históricos”, afirmou Amorim ao Estadão, acrescentando que “nenhum povo tem o monopólio do sofrimento”.

Anteriormente, Amorim havia classificado como “absurda” a decisão de Israel que considerou o presidente petista como “persona non grata”. “Isso é coisa absurda. Só aumenta o isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse Amorim.

As declarações de Amorim se dão após o pronunciamento do ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, feito na última segunda-feira (19) à imprensa, ao lado de Frederico Meyer, embaixador brasileiro em Israel.

“Não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que ele peça desculpas e se retrate”, declarou Katz.

O governo Netanyahu acusou o líder brasileiro de banalizar o morticínio nazista ao compará-lo com a situação em Gaza. Os comentários de Lula ocorreram durante a coletiva que o petista concedeu a jornalistas pouco antes de deixar a Etiópia e retornar ao Brasil.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula ao criticar a decisão de países ocidentais de suspenderem os aportes para a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

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