Experimentamos a Bikram Yoga

Atualizado em 4 de janeiro de 2013 às 11:17

Nosso colunista quase empacotou ao passar 90 minutos meditando numa sala aquecida a 40 graus.

Muitos atletas, entre eles Andy Murray e o time do New York Giants, aderiram à prática

Eis que decido me arriscar numa aula de Bikram Yoga.

Para a maioria dos brasileiros, o nome “Bikram” provavelmente ainda é desconhecido. Explico: é uma linha de yoga que está bombando nos Estados Unidos e na Inglaterra, cuja prática é realizada numa sala aquecida a 40 graus. (Sim, são basicamente 90 minutos de pescoço para um lado, perna para o outro dentro de uma sauna a vapor.)

Meu incentivo para experimentar a Bikram partiu dos esportistas. O tenista britânico Andy Murray, número 3 do mundo, atribuiu sua melhora de “condicionamento físico e força mental” à Bikram. Assim como ele, as irmãs Williams também praticam e todo o time do New York Giants, de futebol americano.

Fiz uma aula experimental da Bikram em Londres, numa escola em Parsons Green, pertinho de um pub que frequento quando estou de passagem pela cidade, o White Horse. A curiosidade foi o que me levou até aquela placa que dizia “Hot Bikram Yoga” – e uma recepcionista linda logo me convenceu a testar a prática. Combinei com ela que, no dia seguinte, eu voltaria para fazer o teste.

E assim o fiz. Numa tarde fria de quarta-feira, entrei pela primeira vez numa sala de Bikram, segurando em minhas mãos uma toalha de rosto e uma garrafinha de água. (“São itens obrigatórios”, a garota da recepção me alertara antes.) Calculei algo em torno de 60 pessoas se ajeitando para o início da aula – todas de pouquíssima roupa, é claro, para aguentar a temperatura subsaariana.

Tanto calor me fez começar a aula já exausto; só não desisti logo de cara porque não queria passar vergonha na frente de tanta mulher bonita – muito menos daquela professora gostosa chamada Yasmine. E assim fui me arrastando de postura em postura, muitas das quais não consegui executar pela falta de equilíbrio e flexibilidade, por uma hora e meia.

Passei os 30 minutos finais achando que ia desmaiar – e os últimos 10 na certeza. Eu estava a ponto para pedir o desfibrilador quando Yasmine me elogiou. “Parabéns,” disse, “você está indo bem para a primeira aula.” Bem, tive que aguentar até o fim depois dessa. E ainda prometi a ela, num papo pós-aula, que voltaria na sexta-feira. Até parece.

A Bikram Yoga promete desenvolver um corpo mais forte e uma mente mais equilibrada. O mestre iogue Bikram Choudhury, o pai da técnica, diz que aos 66 anos se sente “como um garoto de 20”, garante que sua yoga cura até câncer e anorexia, e jura que ela “poderia ter salvado Michael Jackson 110%”.

A proposta é muito boa. A professora é muito boa. As alunas são muito boas.

Mas nem isso tudo vale a desidratação brava que sofri naquela noite após a aula.

Bikram Choudhury, o pai dessa linha: "Aos 66 anos, me sinto como se tivesse 20"