Extrema-direita catarinense submete Bolsonaro a uma humilhação. Por Moisés Mendes

Atualizado em 26 de junho de 2022 às 19:25
Público na Marcha para Jesus, em Balneário Camboriú, foi pequeno – Foto: Reprodução/Blog do Moisés Mendes

O fracasso da Marcha para Jesus, em Balneário Camboriú, no fim de semana, é um fiasco para Bolsonaro e para a extrema direita catarinense.

Alguns dos mais ativos líderes do fascismo brasileiro são catarinenses. Eles atraíram seu líder máximo para uma arapuca, submetendo o sujeito, em meio aos estragos da gangue dos pastores, a uma situação que poderia ter sido evitada.

O bolsonarismo catarinense conseguiu reunir pouco mais de 3 mil pessoas. E esse não foi um fracasso em uma cidade do interior. Foi numa cidade da orla, a mais emblemática cidade depois da ilha de Florianópolis.

Uma cidade com fama nacional, de fácil acesso, localizada à margem da BR-101. Quem passa por Santa Catarina, indo ou vindo do sul e da parte de cima do mapa, admira de perto Balneário Camboriú. É a cidade onde circulam o dinheiro e a ostentação.

Um evento em Balneário Camboriú teria de ser um sucesso da direita rica catarinense e atrair gente do Rio Grande do Sul e do Paraná. A Marcha para Jesus foi um retumbante fracasso. Nem as esquerdas esperavam um fiasco tão grande.

Fotos aéreas expõem o tamanho do fracasso, porque mostram do alto o que imagens do chão, com lentes enganosas, não revelam.

Bolsonaro falou para meia dúzia para ameaçar de novo com o golpe. Disse contar com 200 milhões de brasileiros ao seu lado, mas um grupo acanhado foi recebê-lo em Balneário, apesar da mistura dos apelos político e religioso, ou quem sabe exatamente por isso.

O fracasso da marcha pode ser percebido como o primeiro sinal de que o escândalo dos pastores com ouro acima de tudo causou estragos irreversíveis. Religiosos sem vínculos com a quadrilha preferiram ficar longe da festa.

O dado positivo para os catarinenses é que o fiasco pode ajudar a tirar das costas da população o estigma de que esse é o Estado mais reacionário e mais bolsonarista do país.

O fracasso também ajuda a explicar por que alguns nomes fortes do bolsonarismo em Santa Catarina, e com intimidade com o Planalto, desistiram de se candidatar na eleição deste ano.

A extrema direita catarinense, já sem a força que pensava ter, ofereceu a Bolsonaro um presente que o genocida não gostaria de ter recebido.

Os fascistas de Santa Catarina, que misturaram religião e pregação bolsonarista, já tinham decidido suspender a motociata, porque sabiam que não teria ninguém.

Não poderiam ter submetido o chefe à humilhação de discursar para 3 mil pessoas, num evento que foi realizado na praia porque seus organizadores esperavam uma multidão de 300 mil.

Bolsonaro e Jesus foram desrespeitados pela extrema direita catarinense. O pressentimento é o pior possível.

Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes

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