Faculdade de Direito da USP abre investigação “preliminar” contra professor Alysson Mascaro

Atualizado em 4 de dezembro de 2024 às 16:56
A nota da Faculdade de Direito da USP sobre o professor Alysson Mascaro

A Faculdade de Direito da USP abriu investigação “preliminar” contra o jurista e professor Alysson Mascaro para averiguar as denúncias de suposto assédio e abuso sexual que pesam sobre ele.

Em nota, a FDUSP diz que irá “colher elementos sobre os fatos noticiados”. O pedido foi feito pela representação discente (RD) de graduação e de pós-graduação, em conjunto com o Centro Acadêmico XI de Agosto.

Quem vai presidir os trabalhos é Gustavo Ferraz de Campos Monaco, professor de Direito Internacional Privado, e serão secretariados por Simone Fátima Bastos Santos Souza, da Procuradoria Geral da casa.

Representação discente é o papel exercido por estudantes eleitos ou indicados para representar seus colegas em diversos órgãos de uma instituição educacional, como conselhos, comissões e reuniões administrativas.

Mascaro está sendo acusado por dez ex-alunos de assédio e abuso sexual. Segundo reportagem do Intercept Brasil, todos são homens e têm entre 24 e 38 anos. Os relatos citam condutas inadequadas, beijos forçados e até estupro. Os casos teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024.

A maior parte dos ex-alunos conheceu o professor no Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, vinculado ao Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP. Eles acusam Mascaro de fazer promessas de apoio profissional para se aproximar e afirmava que tinha grande influência, o que intimidaria as vítimas a relatar os abusos.

O professor de Direito da USP (Universidade de São Paulo) Alysson Mascaro. Foto: Reprodução

Os alunos também apontam que colegas e pessoas próximas na faculdade sabiam do comportamento de Mascaro. Um ex-integrante do grupo de pesquisa revelou que um membro tinha a tarefa de apagar comentários no Instagram dele que sugeriam assédio a alunos, relata o Intercept.

A defesa de Mascaro afirma que as acusações são infundadas, baseadas em relatos obtidos ilegalmente e já sob investigação policial. Além disso, afirmou que a reportagem se baseou em contas falsas com objetivo de difamá-lo. Ele gravou um vídeo dizendo que está sendo perseguido por “stalkers” e “haters” nas redes sociais.