Fake news de Marçal sobre cocaína fez filha chorar na escola, diz Boulos

Atualizado em 21 de agosto de 2024 às 0:06
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) com expressão séria e roupa social clara, sem olhar para a câmera
O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) – Reprodução/CNN Brasil

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), fez uma declaração emocionante durante uma sabatina da CNN nesta terça-feira (20), ao revelar que sua filha chorou na escola devido a provocações relacionadas a uma fake news divulgada por Pablo Marçal (PRTB). A notícia falsa afirmava que ele seria usuário de drogas.

O psolista expressou sua indignação ao comentar o episódio em que reagiu ao mostrar a carteira de trabalho levantada pelo oponente durante um debate: “Eu sou pai de duas filhas, um cidadão inventa uma história sobre uso de droga. Minha filha chega da escola chorando, porque provocaram ela na escola com isso”.

Explicando sua reação, Boulos disse que “não tem sangue de barata”. “Eu dou aula há mais de 20 anos, chega um cidadão, que ninguém sabe exatamente como vive, de onde vem seu dinheiro, seu sustento, o que você faria no meu lugar? Não é fácil, ninguém tem sangue de barata”, declarou. O vídeo da reação dele foi amplamente compartilhado nas redes sociais após ser publicado por Marçal.

Guilherme Boulos ressaltou que não participará de debates que descentralizem para “baixarias”. “Aí você faz uma escolha: ou você vai conversar com o povo de São Paulo, que é o que eu quero, ou você vai bater palma pra maluco dançar, coisa que eu não vou fazer. Quem quer baixaria nessa eleição, não conte comigo”, afirmou.

O candidato também criticou Marçal, dizendo que ele se comporta como o “bobo da corte” e não como um verdadeiro candidato à Prefeitura. O PSOL decidiu não participar do debate promovido pela Veja, assim como os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB).

Oficialmente, as campanhas justificaram a ausência por incompatibilidade de agendas, mas nos bastidores, a decisão foi atribuída ao comportamento descontrolado de Pablo Marçal.

Além disso, a Justiça determinou que Marçal publique direitos de resposta a Boulos por associar o candidato ao uso de drogas, considerando que suas publicações extrapolam os limites da liberdade de expressão e do debate político.

Durante a sabatina, Boulos também elogiou Tabata Amaral (PSB) como uma “boa deputada” e José Luiz Datena como uma “boa pessoa”. Em contraste, criticou o atual prefeito Ricardo Nunes e o classificou como alguém que “deixa a desejar”. Boulos e Nunes estão empatados nas intenções de voto, conforme o último Datafolha.

O candidato do PSOL acusou a atual gestão de ignorar o crime organizado e permitir o surgimento de milícias e loteamentos clandestinos nas periferias. Recentemente, uma megaoperação do Ministério Público de São Paulo revelou extorsão de comerciantes na região da cracolândia, envolvendo uma milícia associada ao PCC.

Boulos também negou acusações do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre abuso de poder político e econômico, alegando que o atual prefeito usa eventos públicos para promover sua candidatura.

No que diz respeito às propostas, Boulos mencionou o plano de governo que inclui o “Poupatempo da Saúde” para zerar filas de exames e consultas e a promessa de dobrar o número de guardas civis metropolitanos. Ele se comprometeu a não aumentar impostos ou criar novas taxas, uma crítica histórica à sua vice Marta Suplicy (PT), conhecida por introduzir taxas adicionais na cidade.

Finalizando sua declaração, Boulos enfatizou seu compromisso com a cidade: “Quando você senta na cadeira de prefeito, você não representa só seu partido, só suas ideias, mas a cidade, mesmo quem não votou em você. É isso que vou fazer como prefeito de São Paulo. Quero ser prefeito para mudar a vida das pessoas, não para fazer briga ideológica, guerra de internet”.

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