Fala de novo chanceler sobre ‘mão firme’ de Bolsonaro não passa de puxassaquismo. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 15 de novembro de 2018 às 15:24
Bolsonaro apresenta o futuro chanceler Ernesto Araújo | Sérgio Lima/AFP

Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook

POR LUIS FELIPE MIGUEL, professor da UnB

Ao ser anunciado como futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo tuitou: “A mão firme do presidente Bolsonaro nos guiará”.

Já tinha visto muitos louvores ao “mito”, mas jamais que ele tinha uma mão firme para guiar qualquer coisa. Afirmação ainda mais chocante no momento em que está tão patente seu despreparo, insegurança e falta de rumo.

Esse ataque de puxassaquismo de Araújo dá força à hipótese de que ele é um carreirista esperto e que sua adesão às teses delirantes do olavismo radical é, ao menos em parte, a jogada de quem percebeu que novos ventos soprariam e quis se colocar na posição que lhe permitiria melhor aproveitá-los.

Mas não sei qual perfil é pior: um oportunista sagaz e sem limites ou um paranoico fanático convicto de que só o catolicismo ultramontano pode nos salvar do comunismo globalista ambientalista islâmico gay.