“Falar de democracia me faz sentir em casa”, diz Lula no Chile

Atualizado em 21 de julho de 2025 às 23:03
Os presidentes Yamandú Orsi (Uruguai), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha) e Gustavo Petro (Colômbia) posam para foto oficial durante a Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, realizada em Santiago, no Chile – Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Lula (PT) afirmou que participar do encontro “Democracia Sempre”, em Santiago, no Chile, ao lado de movimentos sociais e organizações progressistas, o fez se sentir em casa.

“Falar de democracia em Santiago e na companhia de tantas organizações e movimentos sociais me faz sentir em casa”, escreveu Lula nas redes sociais, ao lembrar que o país foi “asilo contra a opressão” durante as ditaduras latino-americanas, acolhendo nomes como Paulo Freire e Darcy Ribeiro.

Lula chegou ao Chile no domingo (20) para o evento realizado nesta segunda-feira (21) no Palácio La Moneda, sede do governo chileno.

Participaram da reunião os presidentes Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai) e Pedro Sánchez (Espanha).

O encontro ocorreu em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte de Donald Trump.

O governo brasileiro aproveitou a reunião para denunciar a ofensiva econômica de Trump, considerada uma forma de pressão sobre investigações envolvendo Jair Bolsonaro.

Para Lula, esse tipo de interferência externa representa uma ameaça direta à soberania nacional e à democracia. O Palácio do Planalto entende que o uso de tarifas como chantagem política não deve ser normalizado.

Outro tema abordado foi a necessidade de regulamentar redes sociais e estabelecer normas internacionais para inteligência artificial. Lula defende que essas tecnologias não podem servir de instrumento para desinformação e ataques à democracia.

Os presidentes também discutiram formas de fortalecer o multilateralismo e combater desigualdades sociais, que são vistas como fatores essenciais para conter o avanço do extremismo. A diplomacia brasileira quer transformar essas pautas em um pacto global, com apoio de países progressistas e democráticos.