Especialistas dizem que a falha alegada no relatório do PL sobre as urnas não interfere na contagem de votos e que os apontamentos da sigla são “secundários”, não tendo relação direta com a computação da escolha dos eleitores. A informação é do jornal O Globo.
A ação do partido é baseada em uma auditoria contratada no Instituto Voto Legal, que alega que houve erro no registros dos arquivos de alguns modelos das urnas eletrônicas. Na ação do PL, o partido pede a invalidação de votos depositados em aparelhos anteriores a 2020.
A alegação do partido é que, com o erro, “fica comprometida a certeza dos resultados gerados nestas urnas”. O argumento é falho, no entanto, segundo especialistas. Marcos Simplício, professor de engenharia da computação da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), diz que existem outros dados que permitem identificar de forma individualizada as urnas.
“O log contém, além do identificador de urna, duas outras informações únicas que o vinculam àquela urna: a quádrupla (município, zona eleitoral, local de votação e seção eleitoral) e o código identificador da carga de software, também conhecido como ‘código de correspondência’. Qualquer uma dessas informações permite vincular o arquivo de log à urna correspondente”, explica.
O pesquisador diz que a falha no log do código fonte das urnas “não tem relação alguma com os votos lançados”. Lucas Lago, mestre em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da USP, também diz que não há relação entre os problemas apontados no relatório com os votos depositados nos aparelhos.
“Nada indica que tenha relação. O erro apontado pela análise do PL, a princípio, não aponta nada além de uma dificuldade em realizar a identificação da urna através dos logs do registro de atividade O que antes seria realizado usando uma informação disponível em todas as linhas do sistema, agora tem que ser feito com informações de algumas linhas somente. Não existe evidência de nenhum impacto além desse”, aponta.
Lago ainda diz que os erros contestados pelo PL ocorreram já no primeiro turno e os primeiros registros do problema ocorreram em setembro.