Falsa desembargadora é presa e defesa reclama de “achincalhe” nas redes

Atualizado em 24 de agosto de 2025 às 15:19
Mulher que se passava por desembargadora em Mossoró é solta após audiência de custódia • Reprodução/Redes Sociais

Uma mulher identificada como Celia Soares de Brito, de 46 anos, foi presa em flagrante em Mossoró (RN) ao se passar por desembargadora e apresentar uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) falsificada. A prisão ocorreu na quarta-feira (20), após desconfiança de um motorista de aplicativo que a conduzia junto da mãe e da filha.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista notou versões contraditórias sobre a profissão da passageira, além do excesso incomum de bagagem, e decidiu levá-la até um posto policial na BR-304. No local, Celia apresentou-se como desembargadora, juíza e promotora, mas os agentes constataram que o documento possuía indícios evidentes de falsificação.

A verificação mostrou que a carteira da OAB não possuía chip, trazia nomes divergentes dos pais em relação à identidade dela e ainda utilizava o número de inscrição de um advogado regularmente registrado no Paraná. Diante das inconsistências, foi dada voz de prisão por uso de documento falso, e Celia foi encaminhada à Polícia Civil. Seu celular foi apreendido para investigação, enquanto a mãe e a filha foram ouvidas e liberadas.

Após passar a noite detida, a suspeita participou de audiência de custódia na quinta-feira (21). A Justiça decidiu conceder liberdade provisória mediante medidas cautelares, permitindo que ela responda ao processo em liberdade. A decisão também previu o pagamento de fiança.

Cartão de Célia. Foto: Reprodução

A defesa de Celia informou que não fará declarações públicas e que eventuais manifestações ocorrerão apenas nos autos do processo. Os advogados também alegaram que a cliente tem sido alvo de “zombarias infundadas” desde a repercussão do caso nas redes sociais.

O caso continua em investigação pela Delegacia de Falsificações e Defraudações de Mossoró, com acompanhamento do Ministério Público. As autoridades querem apurar se Celia já havia utilizado a identidade falsa em outras ocasiões e se teria obtido vantagens indevidas com a apresentação do documento fraudulento.