
Em Sorocaba, no interior de São Paulo, entre 2011 e 2012, Fernando Henrique Dardis fingiu ser médico e assinou mais de 200 declarações de óbito na Santa Casa usando o nome e o número do CRM de outro profissional. Ele foi preso na terça-feira (24), após se apresentar a uma delegacia em Guarulhos. O caso foi revelado pelo programa Fantástico no último domingo (22).
Dardis, que chegou a cursar até o sétimo semestre de medicina, usou a identidade de um médico real, Ariosvaldo, com quem teve contato durante estágio. Além da fraude no hospital, ele é acusado de ter provocado a morte de duas pacientes, sendo réu por homicídio com dolo eventual.
Para sustentar o disfarce, o falso médico copiou o currículo de Ariosvaldo, usou sua identidade com foto própria e até mandou confeccionar um carimbo com o CRM do verdadeiro profissional. As declarações de óbito eram assinadas por ele, como ocorre com médicos plantonistas, mas sem ter habilitação legal para isso.
A fraude foi descoberta após denúncias feitas por familiares de pacientes. Fernando, conhecido na época como “doutor Ariosvaldo”, nunca usou seu nome verdadeiro em Sorocaba. Em Guarulhos, alterou legalmente o sobrenome de Guerreiro para Dardis, tentando dificultar a identificação.
Fernando também chegou a forjar a própria morte para escapar da Justiça. Obteve um falso atestado de óbito indicando sepse como causa, e registrou seu suposto enterro no sistema funerário de Guarulhos, usando o nome de um idoso já sepultado.

Atualmente, ele cumpre prisão preventiva por decisão judicial. A defesa afirma que a medida é desnecessária e tenta convertê-la em restrições cautelares. Em vídeo divulgado, Fernando admitiu que agiu sozinho, alegando desespero, e negou responsabilidade pela morte de uma das pacientes.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo informou que irá apurar o caso. Já o Ministério Público estuda acionar o Gaeco, suspeitando que outras pessoas possam ter colaborado com o esquema fraudulento.
A Corregedoria da Polícia Civil também apura o uso indevido de distintivo e munições encontrados com Fernando em 2009, quando ele já se passava por policial. Um inquérito policial foi instaurado para investigar todos os desdobramentos do caso.
@g1 Falso médico – Fernando Guerrero criou uma farsa para fugir da Justiça. Ele se fazia passar por clínico geral em Sorocaba, interior de São Paulo, mas não tinha sequer diploma e virou réu pela morte de uma paciente. O repórter Maurício Ferraz seguiu o rastro de mentiras do falsário. O Fantástico foi ao cemitério do Campo Santo, Guarulhos, no início de junho, para tentar descobrir o paradeiro do homem que criou uma vida de mentiras. O repórter perguntou a médica Claudia Obara se ela assinou um atestado de óbito de uma pessoa que está viva e ela disse que não conhece Fernando Henrique. Ela disse que não deu atestado porque ele não está morto. Os promotores tiveram certeza da fraude em março deste ano, quando Fernando, apesar de oficialmente morto havia 2 meses, compareceu a um cartório de Guarulhos. Entenda o caso em ‘leia o artigo’. #médico #sãopaulo #g1 #tiktoknotícias