“Falta de clareza”: Flávio Bolsonaro é recebido com desconfiança na Faria Lima

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 9:11
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: Reprodução

A Faria Lima recebeu Flávio Bolsonaro (PL-RJ) com desconfiança e dúvidas sobre a consistência de sua agenda econômica, apesar de o senador ter prometido a gestores e empresários um eventual governo alinhado ao mercado financeiro, conforme informações do Globo.

Em encontros realizados nesta semana em São Paulo, o pré-candidato à Presidência afirmou que repetiria a visão liberal do ex-ministro Paulo Guedes, mas não apresentou um programa detalhado, o que manteve a cautela entre investidores.

Segundo interlocutores, Flávio sinalizou que, se eleito, pretende “dar sequência” ao que foi feito por Guedes e mudar os rumos adotados pelo atual governo, comandado por Fernando Haddad na Fazenda.

A principal agenda foi um almoço na sede do banco UBS, que reuniu empresários como Flávio Rocha, da Riachuelo, Richard Gerdau e o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano. No encontro, o senador disse que iniciaria a campanha com “piso alto” de votos e que teria vantagem por carregar o sobrenome Bolsonaro.

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Apesar das sinalizações, gestores e economistas ouvidos avaliam que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, teria mais chances eleitorais. A resistência ao nome de Flávio ficou evidente no dia do anúncio da pré-candidatura, quando o Ibovespa caiu 8 mil pontos e o dólar fechou em R$ 5,44, maior valor do ano.

No almoço, uma das principais dúvidas era se a candidatura seria mantida. Flávio respondeu que seguirá na disputa e que pode conquistar novos eleitores por ser o “menos radical” do clã.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

Falta de programa detalhado

Ao citar Guedes como referência, Flávio não esclareceu quem comandaria a área econômica nem detalhou propostas. Segundo empresários, o tom foi moderado, mas insuficiente para garantir apoio.

Para o mercado, os critérios centrais seguem sendo compromisso com a estabilidade fiscal, previsibilidade institucional e continuidade de reformas e privatizações.

Um dos convidados avaliou que o encontro teve caráter mais midiático do que efetivamente político, e que a simples chancela de Guedes não assegura adesão da Faria Lima.