
O ministro Edson Fachin, de 67 anos, que assume nesta segunda-feira (29) a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), quebrou uma tradição: decidiu não realizar a festa de posse que costuma marcar o início das gestões na Corte. A atitude discreta chamou a atenção no meio jurídico, conforme informações do blog de Ancelmo Gois, do Globo.
Fachin é considerado reservado, discreto e avesso a badalações no Brasil e no exterior. O magistrado também já deixou claro que a interlocução política ficará sob a responsabilidade do vice-presidente, Alexandre de Moraes.
A decisão frustrou parlamentares bolsonaristas que esperavam se aproximar do novo presidente para estabelecer diálogo direto com o Supremo. Fachin não mantém proximidade com lideranças políticas e evita conversas fora do âmbito institucional.

Expectativas dentro da Corte
No STF, a expectativa é de que Fachin mantenha a defesa firme da Corte em meio às pressões externas, especialmente diante das articulações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos para coagir o Judiciário e o Legislativo em busca de anistia.
A postura firme já havia sido demonstrada em 2022, quando, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enfrentou as pressões de Jair Bolsonaro (PL) pelo voto impresso. Na época, também iniciou medidas contra a desinformação no processo eleitoral.
Edson Fachin assume o STF para o biênio 2025-2027, sucedendo Luís Roberto Barroso, que deixou o cargo na última quinta-feira (25). A eleição simbólica de Fachin e de Moraes ocorreu em 13 de agosto, seguindo o critério de rodízio por antiguidade.