
O bilionário Elon Musk sugeriu nesta terça-feira (1) ter se arrependido do gesto simbólico feito ao lado do presidente argentino Javier Milei, durante evento conservador realizado em fevereiro nos Estados Unidos. Na ocasião, Musk ergueu uma motosserra entregue por Milei, em alusão ao corte de gastos públicos. A cena viralizou e foi amplamente criticada.
Em resposta a um seguidor na rede social X (antigo Twitter), Musk comentou: “Ponto válido. O Milei me deu a motosserra nos bastidores e eu fui na onda, mas, em retrospecto, faltou empatia”. A declaração surgiu após uma crítica de que ele teria se preocupado mais em parecer “descolado” do que em entregar resultados práticos.
Musk liderava até maio o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, voltado à redução de gastos. No entanto, se afastou da gestão de Donald Trump após o presidente propor um megaprojeto fiscal que, segundo o bilionário, aumentaria a dívida pública americana. Ele passou a criticar publicamente o plano.

A imagem da motosserra, símbolo da política de austeridade defendida por Milei, repercutiu mal entre setores mais progressistas e críticos do ultraliberalismo. Musk já havia elogiado o argentino anteriormente, dizendo que ele fazia “um ótimo trabalho” na condução da economia.
Nos bastidores, a aproximação entre Musk e Milei foi vista como tentativa de reforçar laços ideológicos com a direita global. Mas, nas últimas semanas, o dono da Tesla tem adotado tom mais moderado. Sua insatisfação com Trump chegou ao ponto de ameaçar fundar um novo partido para disputar espaço político.
O gesto com a motosserra, agora revisto com autocrítica, reforça a tensão entre imagem pública e responsabilidade política. “Faltou empatia”, admitiu Musk, em contraste com sua postura anterior de entusiasmo diante do símbolo radical de Milei.