
A família do pescador colombiano Alejandro Carranza denunciou os Estados Unidos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) após sua morte em um ataque no Caribe. Carranza saiu para pescar em mar aberto em Santa Marta, em (15) de setembro, e foi encontrado morto dias depois. A família afirma que ele não tinha qualquer ligação com o tráfico de drogas. Com informações da Folha de S.Paulo.
Nos últimos meses, mais de 80 pessoas que estavam em lanchas suspeitas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico morreram em operações americanas. A denúncia enviada à CIDH atribui a ordem dos ataques ao secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e afirma que o presidente Donald Trump confirmou sua continuidade. A CIDH integra a Organização dos Estados Americanos (OEA), formada por 35 países.
O advogado Dan Kovalik, especialista em direitos humanos e representante jurídico do presidente colombiano Gustavo Petro nos EUA, apresentou o caso à comissão. A viúva de Carranza, Katerine Hernández, afirmou em outubro que o marido era pescador e deixou quatro filhos.
Segundo a denúncia, a família está recebendo ameaças de grupos paramilitares na região. Petro classificou as mortes como “execuções extrajudiciais” e declarou apoio aos parentes do pescador.
A Casa Branca afirma que os ataques às embarcações continuarão. Críticos, incluindo especialistas consultados pela AFP, questionam a legalidade das ações, já que não há situação de guerra declarada. O governo Trump classificou grupos narcotraficantes latino-americanos como terroristas para justificar as operações.
Trump disse na terça (2) que o próximo passo pode envolver ações terrestres, especialmente na Venezuela. O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que as investidas americanas buscam derrubar seu governo.